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Vol. 42. Issue S2.
Pages 557-558 (November 2020)
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SÍNDROME HEMOFAGOCÍTICA EM PACIENTE COM LMA RECIDIVADA E COVID-19: RELATO DE CASO
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C.S. Silva, S.S. Marcondes, P.A.D.S.B.A. Matos, M.D.D. Santos, V.B. Filho, M.P. Araujo, G.S. Sonsim, V.H.R. Carvalho
Hospital Universitário Cassiano Antonio Moraes (HUCAM), Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), Vitória, ES, Brasil
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Objetivo: Relatar caso de manifestação atípica de COVID-19 em paciente com leucemia mieloide aguda recidivada. Material e métodos: Revisão da literatura e estudo retrospectivo baseado em análise do prontuário. Resultados: Paciente, 59 anos, sexo masculino, pardo, diagnóstico de LMA, em fevereiro/2019 cariótipo 47XY+4, com FLT3 – NPM1 + E CEBP-ALFA -. Realizado indução com D3A7, em 19/02/2019. Apresentou neutropenia febril resolvida com tratamento clinico padrão. Devido resposta terapêutica insatisfatória realizou segunda indução com I3A7, seguida de 3 consolidações (citarabina em altas doses (2G/M2). Obtendo controle da doença com DRM negativo em outubro/2019. Paciente com doador aparentado, contudo optado pela não realização do transplante neste momento. Após 6 meses apresentou piora do hemograma. Sendo diagnosticado recidiva de LMA com 43% de mieloblastos. Em 28/04/2020, recebeu esquema de resgate (FLAG) evoluindo com neutropenia febril e após 16 dias da quimioterapia apresentou quadro de síndrome gripal sendo diagnosticado COVID-19 por RT-PCR swab nasal. Apresentou piora do quadro respiratório no 5° dia após início dos sintomas gripais necessitando de transferência para UTI e ventilação mecânica por 18 dias. Durante esse período evoluiu com piora progressiva dos marcadores de gravidade (PCR: 58, ferritina: 12094, DHL: 504 triglicerídeo: 162), SARA grave, choque hemorrágico sem exteriorização e critérios para síndrome hemofagocitica, HScore: 198 (TGP:42 + ferritina:12094; + HB: 7,6 + leucócitos: 1100 plaquetas: 4,000 + febre+ imunossupressão+ aspectos de hemofagocitose na M.O). Foi tratado com suporte clínico antibioticoterapia entre eles vancomicina, meropenem, polimixina B, voriconazol, cefepime, oseltamivir, anfotericina b e pulsoterapia por 3 dias, paciente apresentou boa evolução clínica com alta da UTI após 26 dias e alta hospitalar após 93 dias de internação. Discussão: A LMA é a segunda categoria mais comum de leucemia em adultos e o tipo mais comum de leucemia aguda. A idade média no diagnóstico é de aproximadamente 65 anos e a incidência aumenta com a idade. Há uma predominância modesta em homens.e uma incidência maior em brancos não hispânicos do que em outros grupos raciais e étnicos. A pandemia da doença de coronavírus 2019 (COVID-19) aumentou a complexidade do tratamento do câncer. Questões importantes incluem equilibrar o risco de atraso no tratamento versus danos causados pelo COVID-19. Nesse caso o diagnostico do paciente impoe a necessidade de tratamento sem atrasos o que de certa forma expoe o mesmo a infecções hospitalares, dentre elas o novo SARS-CoV-2. Contudo, surpreendeu a equipe médica a excelente recuperação dada a gravidade das complicações apresentadas em período de intensas citopenias. A mortalidade do covid é de 2 a 4%, dados em pacientes onco-hematologicos ainda são escassos, porem a mortalidade de COVID-19 e câncer pode ser até 2x maior. Esse paciente também complicou com síndrome hemofagocítica que em geral é de 20 a 44% de mortalidade. Destacamos que os cuidados intensivos, multidisciplinares, diagnóstico precoce são essenciais para proporcionar um desfecho favorável para as complicações do tratamento onco-hematológico. Conclusão: Desfecho favorável em paciente com LMA recidivada, COVID-19, síndrome hemofagocitica entre outras complicações graves após suporte clinico adequado e reconhecimento precoce das gravidades.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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