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Vol. 42. Issue S2.
Pages 554 (November 2020)
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RELATO DE CASO: ASPERGILOSE INVASIVA E COVID-19 EM PACIENTE COM MIELODISPLASIA
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C.S. Silva, D.S. Sant’ana, M.P. Araujo, P.A.D.S.B.A. Matos, M.D.D. Santos, S.S. Marcondes, M.S. Teixeira, G.S. Sonsim, V.H.R. Carvalho, W.L.D. Reis
Hospital Universitário Cassiano Antonio Moraes (HUCAM), Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), Vitória, ES, Brasil
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Objetivo: Relatar um caso de pneumonia por COVID-19 àssociada a Aspergilose Invasiva em paciente com mielodisplasia. Material e métodos: Revisão da Literatura e estudo retrospectivo baseado em análise do prontuário. Resultados: Trata-se de paciente do sexo masculino, 80 anos, portador de Síndrome Mielodisplásica, IPSS: Intermediário 1 diagnosticado em dezembro de 2019, em acompanhamento ambulatorial no Hospital Universitário Cassiano Antônio Moraes (Vitória – ES), em tratamento com eritropoietina e filgrastina há 6 meses e dependência transfusional de concentrado de hemácias a cada dez dias e esporadicamente de plaquetas. Internou em Junho de 2020, com Neutropenia Febril e plaquetopenia intensa, negava sintomas gripais à admissão. Na propedêutica diagnóstica, apresentou RT-PCR para SARS-COV2 positivo e, após seis dias da admissão, evoluiu com Síndrome Respiratória Aguda Grave. A Tomografia de Tórax evidenciou opacidades com atenuação em vidro fosco com predomínio periférico e posterior, comprometendo 25-50% do parênquima pulmonar, além de pequenas cavitações pulmonares medindo até 0,5 cm de diâmetro. Evoluiu com necessidade de ventilação mecânica por seis dia, fez uso de diversos esquemas terapêuticos antimicrobianos, incluindo Oseltamivir, Ivermectina, Vancomicina, Meropenem e Polimixina B, porém mantinha febre persistente. Realizado cultura de aspirado traqueal, que evidenciou presença de Aspergillus fumigatus, sendo iniciado Voriconazol. Paciente apresentou boa resposta clínica e laboratorial ao tratamento e recebeu alta após vinte e cinco dias de internação. Fez uso domiciliar de Voriconazol, por seis semanas de tratamento antifúngico E mantém acompanhamento médico ambulatorial evoluindo sem sequelas respiratórias. Discussão: Diante da atual pandemia da COVID-19 ponderou-se importante divulgar esse relato, tendo em vista a associação de duas complicações de alta morbidade em pacientes onco-hematologicos, alem da evolução favorável desse paciente. Apresentou-se um caso que associava fatores de risco para gravidade da COVID-19: ser idoso, em que se considera o fenômeno de imunossenescência; e ser portador de Síndrome Mielodisplásica, cujo distúrbio resulta em graves citopenias. No caso descrito, o paciente apresentou ainda infecção pulmonar bacteriana secundária e Aspergilose Invasiva e, mesmo assim, evoluiu clinicamente bem. Destaca-se que o paciente não apresentava sintomas gripais à admissão, mostrando a relevância de se empregar testes diagnósticos (PCR e imagem) em situações com potencial de complicações, como na Neutropenia Febril. Sabe-se ainda que a Aspergilose Invasiva é uma das maiores causas de morbidade e mortalidade em pacientes imunossuprimidos. Neste caso, acredita-se que a alta suspeição de infecção fúngica e a rápida implementação do arsenal diagnóstico e terapêutico disponíveis possam ter contribuído para evolução favorável da COVID-19 e suas complicações em um paciente com Mielodisplasia. Conclusão: Os cuidados intensivos e diagnostico precoce são fundamentais para proporcionar um desfecho favorável às inúmeras complicações clinicas das doenças hematológicas.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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