Objetivo: Verificar a adesão de pacientes ao tratamento fisioterapêutico após o procedimento de Terapia Celular. Materiais emétodos: Este é um estudo retrospectivo e transversal realizado através de consulta aos prontuários dos pacientes que fizeram o procedimento de transplante autólogo. Foi verificado se estes, ao retornarem da cirurgia, realizaram fisioterapia como é recomendado. Foram incluídos no estudo 10 pacientes na faixa etária de 21 a 41 anos, submetidos ao procedimento entre 2018 a 2019 e residentes do município de Belém. Ressalta-se que foi feito levantamento através de entrevistas sobre as razões que levaram ao absenteísmo dos pacientes. Os dados foram tabelados e armazenados em planilha no Microsoft Excel© 2013 e foi realizada análise descritiva dos dados através de médias, desvios-padrão, números absolutos e porcentagens. Resultados: 10 pacientes realizaram o procedimento, dos quais 8 (80%) fizeram no quadril esquerdo e 2 (20%) no quadril direito; A faixa etária predominante foi de 20–29 anos (33,3%). No tocante à fisioterapia, apenas 2 (20%) fizeram acompanhamento conforme indicação. Entre as razões da inassiduidade, verificaram-se três principais de acordo com o relato dos pacientes: a dificuldade de deslocamento (63%); diminuição do quadro álgico (50%) e necessidade de ausentar-se do trabalho/estudo (45%). Destes, 35% retornaram ao serviço após queixas álgicas. Discussão: A anemia falciforme é uma patologia caracterizada pela alteração morfológica do eritrócito que assume formato de foice em situações de hipoxemia. A progressão da doença muitas vezes culmina em necrose óssea da cabeça femoral que representa um fator altamente debilitante e necessita de intervenções específicas como o transplante autólogo com células progenitoras. Realizado o procedimento, faz-se necessário acompanhamento fisioterapêutico com intuito de manter e/ou melhorar a qualidade de vida, pois embora nossos resultados demonstrem que houve a redução da dor na maioria dos casos, a função do membro acometido ainda pode estar afetada, o que explica o retorno ao serviço após queixas álgicas. Segundo a literatura, é muito comum a evasão de pacientes após a melhora dos sintomas álgicos, dando prioridades a outros fatores da sua rotina. Conclusão: Este estudo aponta para um olhar mais cuidadoso quando se trata dos motivos de não adesão ao tratamento, o que alerta a equipe quanto à necessidade do desenvolvimento de mecanismos que propiciem condições para a continuidade do mesmo, bem como estratégias que minimizem os fatores sócio-econômicos que prejudicam a assiduidade do paciente, predispondo maior insucesso da terapia em questão.
Palavras-chave: Terapia celular; Fisioterapia; Anemia falciforme.