Introdução: A sífilis é uma doença infecto-contagiosa causada por uma bactéria chamada Treponema pallidum e sua transmissão ocorre por via sexual e vertical. As infecções sexualmente transmissíveis são consideradas um problema de saúde pública e agravo de notificação compulsória. Os primeiros sintomas da sífilis acontecem nos órgãos genitais em forma de cancros, podendo acometer ânus, pele, gengiva, palma das mãos e planta dos pés. Geralmente, essas lesões aparecem de forma indolor e costumam desaparecer em algumas semanas. Mesmo com o desaparecimento das lesões a bactéria T. pallidum continua ativa no organismo e pode provocar outros sintomas, como manchas avermelhadas nas mucosas e na pele e, em formas mais graves, alterações no sistema nervoso central. O diagnóstico laboratorial da sífilis é realizado conforme o estágio da doença, sendo exames diretos ou sorológicos. Na sífilis primária e secundária, o diagnóstico é feito através de provas diretas para pesquisa do T. pallidum, são elas: exame em campo escuro, pesquisa direta com material corado e imunofluorescência direta. A sorologia é feita duas ou três semanas após o desaparecimento do cancro, sendo a fase em que os anticorpos começam a ser detectados. Existem dois tipos de testes, os testes treponêmicos que detectam os anticorpos específicos para antígeno T. pallidum, e os testes não treponêmicos que detectam anticorpos que não são específicos contra T. pallidum, porém estão presentes na sífilis. Objetivo: Levantar o perfil e a prevalência dos doadores de sangue da Colsan reagentes para Sífilis no ano de 2019. Material e métodos: Foi realizado estudo retrospectivo das informações dos doadores de sangue triados pelo laboratório de sorologia da COLSAN, reagentes para sífilis no teste treponêmico, através da metodologia de eletroquimioluminescência no período de 01 de janeiro de 2019 a 31 de dezembro de 2019. Foi avaliada a prevalência de positividade de acordo com a faixa etária, a qual foi dividida em 18 a 29 anos, de 30 a 39 anos, de 40 a 49 anos e igual ou acima de 50 anos. Foi considerado o sexo, escolaridade e número de doações. Resultados: No período analisado, foram coletadas bolsas de 160.047 doadores, sendo que desses, 1.227 (0,77%) doadores apresentavam sorologia reagentes para sífilis. A maioria dos doadores apresentava idade entre 18 e 29 anos (33,63%) seguida dos doadores dos 30 aos 39 anos (27,11%). A maior positividade foi em doadores do sexo masculino (55,5%), caucasiano (84,63%), grau de escolaridade mais frequente foi ensino médio completo (58,4%) e o maior descarte foi em doadores de primeira vez (70,23%). Discussão e conclusão: Comparando a taxa de doadores de sangue reagentes para sífilis com os dados observados na literatura brasileira, verificamos dados semelhantes, tendo em vista que a maior positividade é em jovens do gênero masculino e caucasianos. O índice de descarte sorológico dos doadores reagentes para sífilis é alto, evidenciando a importância da triagem sorológica e conscientização da população a respeito da doença e sua transmissão.