Objetivos: Identificar os tratamentos voltados para a anemia por deficiência de ferro (ADF), bem como suas consequências nos pacientes ferropênicos. Material e métodos: Trata-se de uma revisão da literatura, utilizando os descritores “iron deficiency anemia AND treatment”, na base de dados SciELO. Foram selecionados 13 artigos, em inglês ou português, que foram eleitos utilizando como índice de pesquisa o título, e não houve filtros voltados para o ano de publicação. Todos os artigos eram voltados para o assunto, sendo que um estudo foi excluído por ser apresentado duplamente na base de dados. Resultados: Entre os estudos que cumpriram os critérios de inclusão, a publicação mais antiga foi de 1996 e a mais recente de 2020. Quanto às características gerais, 2 artigos (15,4%) citaram a orientação nutricional como parte do tratamento para ADF. Em relação a terapia com ferro por via oral, 8 artigos (61,5%) abordaram o tema, incluindo o uso de sais ferrosos e sais férricos. Em relação a terapia com ferro parenteral, 5 artigos (38,5%) analisaram a sua aplicação, administração intramuscular e endovenosa, bem como compararam os diferentes tipos de medicamentos parenterais. Discussão: Quanto ao aconselhamento alimentar, recomenda-se o aumento da ingesta de carne vermelha, principal fonte de ferro heme, e de alimentos ricos em ácido ascórbico, que favorecem a absorção do ferro não heme. O tratamento oral da ADF inclui: sais ferrosos, ferro aminoquelato e ferripolimaltose. Os sais ferrosos são de rápida absorção, eficazes em corrigir a hemoglobina e os estoques de ferro, no entanto, podem provocar danos celulares, tem alto poder de toxicidade, absorção influenciada pela ingestão alimentar e elevada frequência de efeitos adversos. Já o ferro aminoquelato tem menos efeitos adversos e uma biodisponibilidade variável. A ferripolimaltose tem baixo risco de toxicidade e sua absorção não sofre influência dos alimentos, além de conferir ótimos resultados na correção da ADF e reestabelecimento dos estoques de ferro. A ferripolimaltose apresentou a melhor tolerância e os menores efeitos colaterais. A terapia parenteral, utilizada nos casos em que o tratamento oral não é indicado, compreende principalmente a aplicação de ferro por via endovenosa e da carboximaltose férrica (FCM). O ferro endovenoso é administrado na forma de gluconato e sacarato que apresentam excelente perfil de eficácia e segurança. Já a FCM, é indicada nos casos de anemia associada a inflamação crônica e em casos de não adesão ao tratamento, pois pode ser administrada em dose única. Por fim, o ferro polimaltosado aplicado por via intramuscular não é muito utilizada devido os efeitos adversos. Conclusão: Os resultados deste estudo propiciam a conscientização dos profissionais de saúde em relação à importância do controle e tratamento efetivo da ADF. O paciente ferropênico necessita de um atendimento multiprofissional, para que as consequências negativas sejam minimizadas e, até mesmo, extinguidas. Além disso, é imprescindível que novos estudos sejam realizados voltados para prevenção, diagnóstico e tratamento da temática em questão, tendo em vista que o Brasil, segundo o relatório de 2018da Organização das Nações Unidas (ONU), é um país com grande suscetibilidade à desnutrição, devido a alterações climáticas e a desigualdade social, o que potencializa o número de pessoas com uma dietética deficiente em ferro.