Journal Information
Vol. 42. Issue S2.
Pages 342 (November 2020)
Share
Share
Download PDF
More article options
Vol. 42. Issue S2.
Pages 342 (November 2020)
568
Open Access
FREQUÊNCIA DE ANTICORPOS CONTRA ANTÍGENOS LEUCOCITÁRIOS HUMANOS DE CLASSE I E II EM PACIENTES ONCOHEMATOLÓGICOS
Visits
1879
T.E. Pereira, E.G.R. Iacontini, C.F. Terapin, J.C. Albuquerque, M.A. Tamasco, M.H. Saito, M.N.F. Gomes, C.H. Godinho, C.S.V. Vergueiro, V.F. Dutra
Laboratório de Histocompatibilidade/Hemocentro, Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil
This item has received

Under a Creative Commons license
Article information
Full Text

Objetivos: Avaliar a presença de anticorpos anti-HLA em pacientes oncohematológicos da enfermaria de hematologia da Irmandade Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Métodos: Pacientes internados, com diagnóstico de doença oncohematológica, foram submetidos a um questionário sobre: número de gestações, transfusões e transplantes prévios. Todos incluídos concordaram em participar do estudo e assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido (CEP: 187/16). A pesquisa de anticorpos anti-HLA foi realizada pela tecnologia LabScreen/Luminex, por ensaio misto (Mixed) e valores de intensidade de imunofluorescencia acima de 300 foram considerados como positivos. Resultados: Foram incluídos 53 pacientes, sendo 50,9% do sexo feminino e 49,1% masculino. A média de idade foi de 50,05±18,44 anos. O diagnóstico mais comum foi linfoma não-hodgkin com 30,2% dos casos, seguido por LMA com 20,8%, LLA com 17%, linfoma hodgkin com 11,3%, mieloma múltiplo com 7,5%, LLC com 3,8% e outros diagnósticos com 7,5%. Dois pacientes possuíam transplante autólogo e um alogênico. Dos pacientes, 71,6% possuíam mais que duas transfusões prévias. A média gestacional foi de 3,3 entre as mulheres e houve associação entre presença de anticorpos anti-HLA de classe I e gênero, com OR= 3,94 (1,21–12,8) para o genero feminino. Também houve associação entre mais de 5 gestações e sensibilização para HLA de classe I (p=0,02), porém não para Classe II. Não houve associação entre transfusão e sensibilização. Também não houve associação com diagnóstico, mesmo quando estratificado para leucemias agudas. A frequência de sensibilização para classe I foi de 34% e de 28% para classe II. Discussão: A presença de anticorpos anti-HLA Classe I presente entre 18% a 45% de pacientes oncohematologicos pode causar refratariedade plaquetária imune ou comprometer as perspectivas de enxertia da medula no transplante, especialmente quando o anticorpo for específico contra o antígeno do doador (DSA). A implementação da redução universal de leucócitos, incluindo a de pré-armazenamento, ainda pouco disponível no Brasil, pode contribuir para taxas de aloimunização mais baixas. Além disso, serviços capazes de detectar anticorpos anti-HLA, com busca de doadores adequados podem oferecer um melhor planejamento hemoterápico, com um número menor de transfusões e melhor incremento nos casos de refratariedade. A alta frequência de pacientes sensibilizados neste estudo, em especial as multíparas, também aponta para a necessidade de minimizar ao máximo o risco de falha de enxertia, tanto pela pesquisa de DSA antecedendo o TMO, quando há alguma incompatibilidade entre doador e receptor; quanto pelo emprego de técnicas de leucodepleção para minimizar a aloimunização. Conclusão: Nossos dados estão de acordo com a literatura, em que a gestação é um evento sensibilizante, com uma incidência muito alta de imunização. Encontramos que mulheres têm quase 4 vezes mais chance de serem aloimunizadas para anti-HLA classe I do que homens. Não houve associação entre diagnóstico e aloimunização e também não houve associação com a presença de transfusão.

Idiomas
Hematology, Transfusion and Cell Therapy
Article options
Tools