Journal Information
Vol. 42. Issue S2.
Pages 463 (November 2020)
Share
Share
Download PDF
More article options
Vol. 42. Issue S2.
Pages 463 (November 2020)
778
Open Access
SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO PROCESSO DE DOAÇÃO DE SANGUE
Visits
3693
C.E. Oliveira, F.P. Monteiro, R.P. Silva
Fundação Centro de Hematologia e Hemoterapia do Estado de Minas Gerais (Hemominas), Belo Horizonte, MG, Brasil
This item has received

Under a Creative Commons license
Article information
Full Text

A Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) é uma ferramenta capaz de oferecer subsídios para o desenvolvimento de métodos/metodologias interdisciplinares e humanizadas de cuidado, aplicada aos diferentes campos de atuação em enfermagem. Diante de uma produção reduzida de pesquisa de Enfermagem em Hemoterapia no Brasil, mais especificamente sobre a assistência ao doador de sangue, o presente estudo tem como objetivo identificar as etapas da SAE presentes no atendimento ao doador de sangue. A metodologia utilizada foi a análise comparativa entre os protocolos vigentes em hemoterapia no Brasil, a descrição das etapas da SAE pelo Conselho Regional de Enfermagem de Minas Gerais e os referenciais taxonômicos North American Nursing Diagnosis Association (NANDA), Nursing Interventions Classification (NIC) e da Nursing Outcomes Classification (NOC), além de uma busca bibliográfica na literatura. Foram analisadas as normativas presentes na legislação brasileira referentes aos processos de doação (triagem clínica e coleta) e comparadas com as cinco etapas da SAE (Coleta de dados/histórico de enfermagem, Diagnóstico de Enfermagem, Planejamento de Enfermagem, Implementação e Avaliação). Os resultados mostraram que as etapas da SAE estão implícitas nas condutas e nos protocolos de atendimento ao doador, através da entrevista e avaliação durante o atendimento da triagem clínica e do cuidado prestado ao mesmo na sala de coleta. A associação dos diagnósticos e intervenções presentes no processo de doação de sangue encontrada no presente estudo, na maioria das vezes, se justifica pela prevenção dos eventos adversos e a garantia do retorno e fidelização do doador (humanização da assistência). Os domínios frequentemente encontrados foram: 1) Diagnóstico: “Risco de Infecção”/ Intervenção: “A área escolhida para a punção venosa deve ser submetida a uma cuidadosa higienização que deve contemplar duas etapas de antissepsia”. 2) Diagnósticos: “Risco da Integridade da Pele Prejudicada”e “Risco de Trauma Vascular”/Intervenção: “O procedimento de coleta de sangue será realizado por profissionais de saúde treinados e capacitados, trabalhando sob a supervisão de enfermeiro ou médico”. 3) Diagnóstico: “Risco de Queda”/ Intervenção: “É recomendável que o doador permaneça, no mínimo, 15 (quinze) minutos no serviço de hemoterapia antes de ser liberado”. 4) Diagnósticos: “Risco de desequilíbrio eletrolítico”, “Risco de volume de líquidos desequilibrado” e “Risco de glicemia instável”/ Intervenção: “Será ofertada hidratação oral ao doador depois da doação, antes que o mesmo se retire da instituição. É aconselhável a oferta de lanche ao doador”. 5) Diagnóstico: “Risco de choque”/ Intervenção: “O volume de sangue total a ser coletado deve ser, no máximo, de 8 mL/kg de peso para as mulheres e de 9 mL/kg de peso para os homens. 6) Diagnóstico: “Risco de sangramento”/ Intervenção: “Os doadores serão instruídos para que mantenham a compressão no local da punção em caso de sangramento ou hematomas”. A análise proporcionou a constatação do emprego das etapas da SAE subjacentes às condutas da equipe de enfermagem na Triagem Clínica e na Coleta. Além disso, o estudo suscitou a descrição das atividades de enfermagem e as principais condutas do enfermeiro como gestor do “fazer em hemoterapia”, na busca da segurança do doador, na prevenção dos eventos adversos, no atendimento humanizado e na manutenção de um produto coletado com os padrões definidos pela legislação.

Idiomas
Hematology, Transfusion and Cell Therapy
Article options
Tools