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Vol. 44. Issue S2.
Pages S84-S85 (October 2022)
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Pages S84-S85 (October 2022)
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SÍNDROME DE COMPRESSÃO MEDULAR NO LINFOMA DE HODGKIN: UM RELATO DE CASO
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LF Dornelas, JC Vieira, VR Crivelaro, LA Batista, VRM Neto, JARE Silva
Instituto Estadual de Hematologia Arthur de Siqueira Cavalcanti (Hemorio), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
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Vol. 44. Issue S2
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Introdução

O linfoma de Hodgkin (LH), é uma neoplasia maligna, originada no sistema linfático e retículo endotelial e aparece em adultos jovens e maiores de 50 anos, com manifestações linfonodais nas regiões cervical, axilar e torácica e podendo ter acometimento mediastinal. Ele comumente envolve o sistema musculoesquelético. O sistema nervoso central (SNC) pode ser acometido, em que a principal forma de apresentação é a compressão medular. O tratamento é definido pelo estadiamento e pela imuno-histoquímica, que em geral, consiste de poli quimioterapia, com ou sem radioterapia.

Objetivo

Apresentar um caso de compressão medular em paciente com Linfoma de Hodgkin.

Metodologia

Revisão de prontuário com levantamento de dados clínicos, laboratoriais, exames complementares e revisão da literatura sobre a temática apresentada.

Resultados

Jovem, 35 anos, masculino, diagnosticado em 2020 com LH, da entrada no serviço de hematologia em abril/2022 com linfonodomegalia em região cervical direita, perda ponderal, sudorese noturna e redução da força muscular em membros inferiores- força grau 2 em membro inferior direito e grau 3 em membro inferior esquerdo, sem conseguir deambular. Resultado de imuno-histoquímica de biópsia de linfonodo cervical a direita, realizada há 2 anos, evidenciando: CD15 negativo, CD20 negativo, CD3 negativo, CD30 positivo em células grandes atípicas, CD45 negativo, EBV positivo em células atípicas, KI-67% positiva em 90% das células atípicas, PAX-5 positiva em células grandes atípicas, compatível com LH clássico de celularidade mista. Realizado tomografia computadorizada (TC) de coluna cervical, evidenciando sinais de extensão da lesão para os forames neurais e canal vertebral no nível de D7-D8 e para o forame neural esquerdo de D6-D7, compatível com compressão medular. Realizado tratamento inicial com ABVD e encaminhado a 1ªsessão de radioterapia (RT). Apresentou melhora da parestesia em MMII, logo após 1ªsessão. Recebe alta da internação, após 5 sessões de RT, com resolução do quadro de compressão medular, deambulando. Mantém quimioterapia com ABVD.

Discussão

Vários são os mecanismos para justificar a compressão das raízes nervosas e da medula nos linfomas, sendo os mais frequentes a presença de tecido linfomatoso no espaço epidural, sem lesão de corpo vertebral, sendo este infiltrado oriundo da extensão de linfonodos cervicais, mediastinais ou retroperitoniais. O quadro clínico é de uma compressão rádiculo medular de evolvimento agudo, iniciando-se com dor do tipo radicular, seguida de alterações motoras e sensitivas abaixo da lesão. A radioterapia e a quimioterapia, associados ou não à cirurgia são os meios terapêuticos preconizados. A proporção de pacientes que tem a manifestação neurológica como complicação é muito diferente daquelas em que compressão raquimedular é a apresentação da doença. Trata-se de um linfoma de hodgkin avançado, com atraso no ínicio do tratamento, evoluindo com síndrome de compressão medular.

Conclusão

A quimioterapia e/ou radioterapia são tratamentos bem-sucedidos para a doença de Hodgkin que se apresenta com compressão da medula espinhal.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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