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Vol. 44. Issue S2.
Pages S85 (October 2022)
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LINFOMA DE HODGKIN X TUBERCULOSE GANGLIONAR: RELATO DE CASO
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SL Zielak, MB Cursino
Hospital Adventista Silvestre (HAS), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
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Vol. 44. Issue S2
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O Linfoma de Hodgkin (LH) é uma neoplasia linfoproliferativa com origem nos linfonodos caracterizada pela presença histológica de células de Reed-Stenberg. Clinicamente apresenta adenomegalia e sintomas constitucionais como febre, sudorese noturna e perda ponderal podem estar presentes. O acometimento extra-ganglionar é incomum, mas pode atingir medula óssea, pulmão, ossos, trato gastrointestinal, medula espinhal e cérebro. A biópsia excisional de linfonodo acometido é o procedimento padrão para o diagnóstico. O objetivo desse relato é apresentar um caso de LH em que houve dificuldade diagnóstica mesmo com realização de biópsia. Foram utilizados dados da equipe médica que assistiu o paciente e consulta ao prontuário. Paciente ASA, 49 anos, feminino, tabagista, sem comorbidades, compareceu à consulta com oncologista apresentando queixa de lombociatalgia há 3 anos com diagnóstico de hérnia de disco evoluindo com piora progressiva. Vinha em acompanhamento com reumatologista que após investigação radiológica encontra os achados de linfonodomelagalias difusas, esplenomegalia e múltiplas lesões ósseas osteoblásticas, realizou também cintilografia óssea que evidenciou aumento do remodelamento ósseo em coluna toracolombar, além de articulacões sacroilíacas direita, acetábulo esquerdo e fêmures. Ao exame paciente apresentava pequenos linfonodos palpáveis em região supra clavicular e inguinal direitas. Negava febre, perda de peso ou sudorese. Realizou biópsia de medula óssea com achados normais e biópsia de linfonodo axilar que evidenciou diagnóstico histopatológico de tuberculose ganglionar. Paciente concluiu tratamento com esquema RIPE porém apresentou piora dos sintomas álgicos que começaram a incluir região torácica, membros e bacia, chegando a necessitar de várias idas à emergência e algumas internações para controle de dor. Várias tomografias foram realizadas com evidência de lesões osteoblásticas esparsas, esplenomegalia e linfonodomegalias difusas. Realizou também pesquisa de marcadores tumorais CA 19,9; CA 72,4; CA 125; CA 15,3 e CEA todos negativos. Diante da progressão do quadro foi submetida a nova biópsia de linfonodo aproximadamente seis meses após a primeira, que revelou células com morfologia de células de Reed-Sternberg e suas variantes com o seguinte perfil de imunomarcação: imunopositividade com os anticorpos anti CD20 (multifocal, fraco a moderado), CD30 (difuso) e CD68 (multifocal, evidenciando granulomas). Chegando ao diagnóstico de Linfoma de Hodgkin clássico, tipo esclerose nodular, grau 2, variante sincicial com associação de processo inflamatório crônico granulomatoso e ausência de microorganismos identificados. Após diagnóstico de LH paciente foi submetida a 6 ciclos de ABVD (doxorrubicina, bleomicina, vimblastina, dacarbazina) e 4 ciclos de ICE (ifosfamida, carboplatina, etoposideo), mesmo assim apresentava 70% de infiltração medular em biópsia de medula óssea realizada. O caso chama atenção para a presença de lesões osteoblásticas múltiplas, achado pouco comum no LH e principalmente para o falso diagnóstico inicial de tuberculose ganglionar encontrado na primeira biópsia que confundiu o raciocínio clínico e atrasou o tratamento adequado, o que alerta para a importância da correlação dos achados histopatológicos com a clínica do paciente, a necessidade de duvidar da biópsia quando esta não condiz com o quadro e estar atento aos diagnósticos diferenciais.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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