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Vol. 44. Issue S2.
Pages S173 (October 2022)
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LEUCEMIA MIELOIDE AGUDA SECUNDÁRIA A TRATAMENTO DE LEUCEMIA LINFOCÍTICA CRÔNICA
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VR Crivelaro, LA Batista, LF Dornelas, JC Vieira, VRM Neto
Instituto Estadual de Hematologia Arthur de Siqueira Cavalcanti (Hemorio), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
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Vol. 44. Issue S2
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Introdução

É notório o risco de neoplasias mieloides relacionado à terapia da leucemia linfocítica crônica (LLC). Estudos demonstram o risco de aproximadamente 1,9 a 8,3% dependendo da idade, grau de mielossupressão e uso concomitante de fatores de crescimento. O período de latência para o desenvolvimento de neoplasia mieloide aguda secundária a medicação é mais breve quando relacionado ao esquema com Rituximabe, Fludarabina e Ciclofosfamida (RFC) em comparação com agentes alquilantes e radiação ionizante. Em um subconjunto, as neoplasias mieloides podem originar de uma mielossupressão prolongada após quimioterapia, mas torna-se necessário biópsia da medula óssea para avaliar síndrome mielodisplásica relacionada à terapia, sendo a correlação com a citogenética essencial. Objetivo: Apresentar um estudo de caso de leucemia mieloide aguda secundária a tratamento de leucemia linfocítica crônica.

Material e métodos

Relato de caso com revisão de prontuário com levantamento de dados clínicos, laboratoriais, exames complementares e revisão da literatura.

Resultados

Trata-se de um estudo de caso de paciente com 45 anos, masculino, diagnosticado em outubro de 2017 com LLC, estadiamento Rai I, realizou tratamento com 6 ciclos de fludarabina e ciclofosfamida (FC) com início em novembro/2017 devido dobra de leucometria em período inferior a dois meses. Em 2019 devido sintomas constitucionais realizou 6 ciclos de RFC, com término em janeiro de 2020, perdendo o acompanhamento regular noserviço de hematologia. Em novembro de 2020 compareceu à emergência com síndrome anêmica associada a sintomas respiratórios. Realizada imunofenotipagem que detectou 23% de blastos de linhagem mieloide, com expressão dos marcadores HLADR+, CD34+, CD117+, MPO+fraco, CD13+,CD64fraco, CD15+, não detectado inv16 e t(8,21), biópsia de medula hipercelular com atipias. Iniciado quimioterapia de indução com idarrubicina ecitarabina em novembro de 2020 e consolidação com 3 ciclos de doseintermediária de citarabina. Em fevereiro de 2022 interna com quadro de abscesso cutâneo, sendo evidenciado pancitopenia, realizado nova imunofenotipagem evidenciando 38% de blastos mieloides. Iniciado tratamento para Leucemia Mieloide Aguda recaída com Fludarabina, Citarabina, Granulokine e Mitoxantrone em março de 2022. Após 2 meses complica com sepse de foco não definido evoluindo para óbito.

Discussão

Neoplasias mieloides associadas ao RFC apresentam características semelhantes às secundárias a outros agente alquilantes, porém com curto intervalo de latência. Postula-se que a fludarabina iniba o reparo do DNA atuando sinergicamente com agentes que o danificam, como a ciclofosfamida. Dessa forma, células-tronco geneticamente alteradas podem ganhar vantagem de sobrevivência. Associa-se a isso a vigilância imunológica prejudicada pela toxicidade aos linfócitos pela fludarabina.

Conclusão

Inúmeras complicações podem surgir na Leucemia Linfocítica Crônica. Neoplasias mieloides após RFC têm características similares às neoplasias mieloides evidenciadas por uma síndrome mielodisplásica. Diante de um agravamento clínico é necessário considerar a possibilidade de segunda neoplasia hematológica, sendo necessário mielograma, biópsia de medula e estudos moleculares.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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