A Asparaginase é um antineoplásico bastante utilizado no tratamento das leucemias agudas, principalmente nos pacientes pediátricos. Apesar de essencial no tratamento, necessita de monitoramento intenso devido a possibilidade de diversos efeitos colaterais.

Apresentar um relato de caso em que o uso da Asparaginase não foi como o esperado e o impacto das manifestações desfavoráveis no tratamento da paciente.

Revisão de prontuário com levantamento de dados clínicos, laboratoriais, exames complementares e revisão da literatura sobre a temática.

Paciente jovem, 29 anos, é admitida já com diagnóstico de LLA feito pelo hospital de origem. Iniciado protocolo de quimioterapia (QT) no dia seguinte. Realizados exames laboratoriais antes do início da indução da QT e todos estavam normais. No 29ºdia de início das medicações quimioterápicas os níveis de bilirrubina, transaminases e enzimas colestáticas começaram a se elevar, contraindicando no momento, a administração da nova dose da Asparaginase. Apresentou queda da pressão arterial sendo necessário o uso de noradrenalina e encaminhamento para a unidade de terapia intensiva com quadro de choque séptico e hepatite colestática. Após um mês da primeira dose da medicação a bilirrubina chegou ao seu valor mais elevado e a paciente apresentou encefalopatia hepática e trombose venosa profunda de membro inferior direito. Após as medidas de suporte e suspenção das medicações hepatotóxicas houve melhora da função hepática, porém ainda não em níveis normais, fazendo com que o próximo bloco de indução da QT seja postergado, influenciando negativamente no tratamento.

A Asparaginase pode provocar durante a sua infusão ou posteriormente a ela muitos efeitos colaterais dos mais simples aos mais catastróficos. Dependendo da intensidade do quadro, a medicação será abolida nos próximos blocos de tratamento. Algumas contraindicações para seu uso incluem: hipersensibilidade à medicação, pancreatite, comprometimento hepático grave e trombose com uma terapêutica anterior com Asparaginase. Dessa forma, a paciente apresentada não poderá fazer uso novamente da droga.

No caso apresentado, verificamos que apesar da medicação apresentar diversos efeitos colaterais ela foi bem tolerada. Visto através da revisão de literatura que o medicamento em questão é bem tolerado, principalmente em crianças e continua sendo uma opção importante a ser considerada no tratamento da LLA.