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Vol. 42. Issue S2.
Pages 109-110 (November 2020)
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Vol. 42. Issue S2.
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PERFIL DOS PACIENTES COM LEUCEMIA LINFOCÍTICA CRÔNICA (LLC) ATENDIDOS EM AMBULATÓRIO DE HOSPITAL UNIVERSITÁRIO PÚBLICO FEDERAL: EXPERIÊNCIA DO AMBULATÓRIO DO HOSPITAL DE CLÍNICAS DA UFPR (CHC-UFPR)
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2047
A.C. Ronconi, A.P. Azambuja, L.C.G. Trindade, F.M. Alves, L.M.C. Borges, R. Galli, L.F. Soares, C.B.D.S. Sola, S.K. Nabhan, B.F. Spinelli
Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Curitiba, PR, Brasil
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A LLC é uma neoplasia hematológica caracterizada por proliferação clonal de linfócitos B maduros CD5 positivos, considerada a leucemia mais comum no ocidente. O estadiamento clínico e o perfil genético tem sido utilizados como avaliação prognóstica na literatura médica, porém este dado não havia sido avaliado no nosso meio. Objetivo: Traçar o perfil clínico/laboratorial dos pacientes com LLC atendidos nos últimos 20 anos pela Hematologia do CHC-UFPR, a partir do banco de laudos dos laboratórios de Imunofenotipagem e Citogenética. Métodos: Foram selecionados 95 pacientes com diagnóstico de LLC entre abril/1999 e abril/2019. Os testes de hibridização in situ (FISH) foram realizados em convênio com laboratório de Citogenética da PUC-PR, e as informações clínicas foram coletadas através do Sistema de Informação Hospitalar do HC (SIH). Resultados: Nesta coorte 36,8% eram femininos e 63,1% masculinos, com idade mediana ao diagnóstico de 67 anos (27-92). Na data da análise 40 pacientes (42,1%) estavam vivos e 55 (57,8%) eram falecidos; não foi possível analisar a causa do óbito por indisponibilidade destes dados no SIH. Em relação ao estadiamento pelo sistema de Binet ao diagnóstico: 56,8% (54 pacientes) eram Binet A; 14 (14,7%) Binet B e 27 (28,4%) Binet C. A média dos parâmetros do hemograma ao diagnóstico foi de: Hb 12,3 g/dL; Leucócitos 73,424 x 103/uL; Linfócitos 71,151 x 103/uL e contagem plaquetária 177.063/uL. Em relação à análise citogenética convencional apenas 24 pacientes possuiam registro (24,3%), sendo que 16 (66,6%) tinham cariótipo normal, 3 (12,5%) não obtiveram crescimento celular para análise e 5 (20,8%) apresentaram alterações. Trinta e nove pacientes (41%) foram submetidos a análise citogenética por FISH (pesquisa da deleção 17p, perda do gene ATM (deleção 11q22.3), perda do TP53, trissomia do cromossomo 12 e deleção do 13q14.3). A deleção 13q estava presente em 74,3% dos casos, seguida pela trissomia do 12 (23%) e perda do ATM (10,2%). Independente do estadio clínico a deleção 13q permaneceu sendo a alteração mais comum nesta amostra. Entre os pacientes testados, nenhum apresentou perda do TP53 e/ou deleção 17p. Discussão: A maioria dos indivíduos atendidos pelo HC-UFPR foi assintomática ao diagnóstico, com estadiamento clínico inicial Binet A na maioria, o que também se reflete nas médias dos parâmetros de hemograma. Em relação à literatura internacional percebe-se que o diagnóstico ocorreu em idade mais precoce do que a população do hemisfério norte (67 versus 72 anos). Quanto a análise genética, a deleção 13q foi a mais comum, tal qual descrito em estudos prévios, e nenhum paciente apresentou deleção 17p. Devido a indisponibilidade de dados, não foi possível analisar a sobrevida global da população estudada. Conclusão: Em suma, estes dados permitem verificar que o perfil dos pacientes com LLC atendidos no CHC-UFPR, dentro do SUS, possui algumas diferenças em relação a população acometida pela doença em países desenvolvidos, o que pode impactar em termos prognósticos e terapêuticos; porém, são necessários estudos mais detalhados para confirmar essa hipótese.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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