Objetivos: A leucemia linfoide é definida pela produção maligna e exacerbada de células linfoides imaturas, que são os blastos, na medula óssea, e pode resultar nas seguintes complicações clínicas nos pacientes afetados: anemias, infecções oportunistas, sangramentos e febre. As técnicas citoquímicas e citogenéticas são utilizadas para o diagnóstico, e permitem a identificação e a classificação dos tipos de leucemia linfoide precisamente. O tratamento, geralmente, envolve medicamentos quimioterápicos e dura de dois a três anos, nos últimos tempos as taxas de sobrevida dos pacientes afetados tem aumentado significativamente. Tendo em vista esses fatores, o presente estudo tem como objetivo analisar a taxa de óbitos por ocorrência decorrente da leucemia linfoide em relação a região e o ano do óbito. Metodologia: Estudo epidemiológico descritivo, longitudinal e observacional. Os dados foram obtidos do Sistema de Informações sobre Mortalidade na plataforma do DATASUS (SIM/DATASUS), do período de 1996 a 2018, e são referentes aos óbitos por ocorrência devido a leucemia linfoide levando em consideração a faixa etária do paciente, o ano do óbito e a região do Brasil, onde foi realizada a notificação. Resultados: De acordo com os dados presentes no SIM/DATASUS, no período analisado, houve 37.371 óbitos por ocorrência devido a leucemia linfoide no Brasil, sendo que a região Sudeste a mais acometida, com 17.448 mortes (46,68%), e a região Norte apresentou menor acometimento com 2.434 mortes (6,51%). As regiões Centro-Oeste, Sul e Nordeste, correspondem às seguintes taxas de óbitos, respectivamente: 7,17% (n = 2.680), 19,23% (n = 7.185) e 20,4% (n = 7.624). Já em relação ao ano do óbito, a maior taxa de mortalidade ocorreu em 2018, com 5,64% (n = 2.109), o menor número de mortes ocorreu em 1996, pois totalizou 1.127 óbitos (3,01%). Em relação faixa etária, a maior taxa de mortalidade ocorreu em indivíduos com mais de 70 anos (n = 10.274; 27,5%), e a menor, em menores de 1 ano de idade (n = 335; 0,9%). As taxas de mortalidade, em outras faixas etárias, foram: 22,29% (n =8.332) entre 1 a 14 anos; 20,46% (n = 7.648) entre 50 a 69 anos; 16,63% (n = 6.217) entre 15 a 29 anos; 12,17% (n = 4.549); e 0,04% (n = 16) correspondem às idades ignoradas. Discussão: A mortalidade por leucemia linfoide foi mais expressiva no estado do Sudeste e variou de 576 mortes, em 1999, a 948 mortes, em 2016. Do ano de 1996 a 2018, houve um aumento de 87,13% dos casos de óbitos por ocorrência, no entanto, na última década ocorreu um aumento da sobrevida dos pacientes acometidos com leucemia linfoide, o que contraria esse aumento da taxa de mortalidade, que pode ser explicada pelo aumento do número de mecanismos diagnósticos e, com isso, há aumento do número de notificações para o SIM relacionadas a patogenia em questão. Conclusão: A partir do estudo, foi possível observar a distribuição dos óbitos por ocorrência devido a leucemia linfoide no Brasil, durante o período de 1996 a 2018. Além disso, os dados supracitados podem auxiliar no manejo dos pacientes acometidos por esse tipo de câncer do sangue e da medula óssea, pois apresentaram as regiões mais afetadas em relação a mortalidade, o que pode proporcionaria uma maior busca por capacitações dos profissionais de saúde dessas regiões. Portanto, a definição dessas taxas de mortalidade é imprescindível para uma redução dos casos e para a otimização do sistema de saúde vigente no país.
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Vol. 42. Núm. S2.
Páginas 110-111 (novembro 2020)
Vol. 42. Núm. S2.
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PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE MORTALIDADE POR LEUCEMIA LINFOIDE
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