A LLC é uma neoplasia hematológica caracterizada por proliferação clonal de linfócitos B maduros CD5 positivos, considerada a leucemia mais comum no ocidente. O estadiamento clínico e o perfil genético tem sido utilizados como avaliação prognóstica na literatura médica, porém este dado não havia sido avaliado no nosso meio. Objetivo: Traçar o perfil clínico/laboratorial dos pacientes com LLC atendidos nos últimos 20 anos pela Hematologia do CHC-UFPR, a partir do banco de laudos dos laboratórios de Imunofenotipagem e Citogenética. Métodos: Foram selecionados 95 pacientes com diagnóstico de LLC entre abril/1999 e abril/2019. Os testes de hibridização in situ (FISH) foram realizados em convênio com laboratório de Citogenética da PUC-PR, e as informações clínicas foram coletadas através do Sistema de Informação Hospitalar do HC (SIH). Resultados: Nesta coorte 36,8% eram femininos e 63,1% masculinos, com idade mediana ao diagnóstico de 67 anos (27-92). Na data da análise 40 pacientes (42,1%) estavam vivos e 55 (57,8%) eram falecidos; não foi possível analisar a causa do óbito por indisponibilidade destes dados no SIH. Em relação ao estadiamento pelo sistema de Binet ao diagnóstico: 56,8% (54 pacientes) eram Binet A; 14 (14,7%) Binet B e 27 (28,4%) Binet C. A média dos parâmetros do hemograma ao diagnóstico foi de: Hb 12,3 g/dL; Leucócitos 73,424 x 103/uL; Linfócitos 71,151 x 103/uL e contagem plaquetária 177.063/uL. Em relação à análise citogenética convencional apenas 24 pacientes possuiam registro (24,3%), sendo que 16 (66,6%) tinham cariótipo normal, 3 (12,5%) não obtiveram crescimento celular para análise e 5 (20,8%) apresentaram alterações. Trinta e nove pacientes (41%) foram submetidos a análise citogenética por FISH (pesquisa da deleção 17p, perda do gene ATM (deleção 11q22.3), perda do TP53, trissomia do cromossomo 12 e deleção do 13q14.3). A deleção 13q estava presente em 74,3% dos casos, seguida pela trissomia do 12 (23%) e perda do ATM (10,2%). Independente do estadio clínico a deleção 13q permaneceu sendo a alteração mais comum nesta amostra. Entre os pacientes testados, nenhum apresentou perda do TP53 e/ou deleção 17p. Discussão: A maioria dos indivíduos atendidos pelo HC-UFPR foi assintomática ao diagnóstico, com estadiamento clínico inicial Binet A na maioria, o que também se reflete nas médias dos parâmetros de hemograma. Em relação à literatura internacional percebe-se que o diagnóstico ocorreu em idade mais precoce do que a população do hemisfério norte (67 versus 72 anos). Quanto a análise genética, a deleção 13q foi a mais comum, tal qual descrito em estudos prévios, e nenhum paciente apresentou deleção 17p. Devido a indisponibilidade de dados, não foi possível analisar a sobrevida global da população estudada. Conclusão: Em suma, estes dados permitem verificar que o perfil dos pacientes com LLC atendidos no CHC-UFPR, dentro do SUS, possui algumas diferenças em relação a população acometida pela doença em países desenvolvidos, o que pode impactar em termos prognósticos e terapêuticos; porém, são necessários estudos mais detalhados para confirmar essa hipótese.
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