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Vol. 42. Issue S2.
Pages 221-222 (November 2020)
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INCIDÊNCIA DO NÚMERO DE ÓBITOS POR LINFOMA NÃO-HODGKIN NO BRASIL: O CENÁRIO DE 1789 A 2018
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J.F. Fernandes, R.C.E. Segato, V.A. Barbosa, T.A. Laranjeira, V.M. Machado, P.H.C. Amorim, J.R.S.D. Ó, R.A. Neves
Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC Goiás), Goiânia, GO, Brasil
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Introdução: O linfoma não Hodgkin (LNH) é um tipo de câncer com origem no sistema linfático e que se espalha de modo não ordenado. Embora sua etiologia não esteja bem elucidada, evidências sugerem causa viral, além de possível relação com fatores genéticos. A classificação é feita como LNH indolentes e LNH agressivos, porém, existem mais de 20 tipos de LNH. Os sintomas, em geral, são sistêmicos, mas a maioria dos pacientes apresenta linfadenopatia periférica assintomática. Entre os linfomas, é o tipo mais incidente na infância e vem apresentando altos índices entre pessoas com mais de 60 anos, nos últimos anos. Objetivo: Analisar os índices de óbitos por LNH e a sua progressão entre os anos de 1979 e 2018. Metodologia: Estudo descritivo observacional baseado nos dados obtidos no Atlas On-line de Mortalidade do Instituto Nacional de Câncer (INCA). Foram analisadas as taxas de óbito por LNH em relação ao total de óbitos (TOb) no período entre os anos de 1979 e 2018, levantando a evolução em cada década e estabelecendo comparação a partir do sexo. Resultados: De acordo com o INCA, no período analisado houveram 102.326 óbitos por LNH, sendo 58.128 homens (56,8%) e 44.198 mulheres (43,2%). O percentual médio de óbitos por LNH em relação ao TOb do período foi de 0,25%, o que representa 2,6:1000 óbitos. Ao calcular essa média de óbitos em cada década, foram encontrados os valores: 1979 a 1988 – 017%; 1989 a 1998 – 0,23%; 1999 a 2008 – 0,30%; 2009 a 2018 – 0,32%. O aumento percentual dos óbitos entre a primeira e a última década analisada foi de 195%. O maior aumento percentual quando comparadas duas décadas subsequentes foi entre as décadas de 1989 a 1998 e 1999 a 2008, apresentando 55,93%. Comparativamente, a proporção de óbitos por LNH na década de 1979 a 1988 foi de 1,7:1000, enquanto na década de 2009 a 2018 esse número foi de 3,2:1000. Em relação à proporção segundo o sexo, foi evidenciado que as mulheres, proporcionalmente e em percentual, morrem mais por LNH do que os homens, apesar dos números absolutos demonstrarem maior número de óbitos entre os homens. Discussão: Houve um importante crescimento percentual do número de óbitos ocasionados por LNH, no período em análise. Esse crescimento teve expressiva elevação nas três primeiras décadas, sobretudo da segunda para a terceira década, e na última década de análise verifica-se uma desaceleração do ritmo de crescimento, porém, sem inversão da curva. A análise desse fenômeno pode ser feita a partir do aumento no número de notificações de LNH, devido à evolução do sistema de saúde, principalmente em seus métodos diagnósticos. Além disso, aumento populacional e a urbanização podem ter contribuído para o aumento do número de casos. No que se refere à desaceleração do crescimento, ocorrida na última década de análise, levanta-se a hipótese de que a criação de ferramentas de informação e o acesso ao tratamento precoce, possibilitaram o aumento da sobrevida e a diminuição da mortalidade. Conclusão: Devem ser realizados estudos para identificar a etiologia e os fatores de risco relacionados ao desenvolvimento do LNH, buscando compreender a interferência dos hábitos de vida na manifestação dessa doença, assim como desenvolver métodos de rastreamento precoce e profilaxia. Assim, será possível compreender, de forma mais assertiva, os motivos do crescimento do número de mortes por LNH nos últimos anos.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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