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Vol. 42. Issue S2.
Pages 387-388 (November 2020)
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FATORES PREDITORES DE PERMANÊNCIA EM UTI EM PACIENTES COM COVID-19 TRATADOS COM PLASMA CONVALESCENTE
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A.P.H. Yokoyamaa, C.B. Buba, S.W. Netob, R. Fachinib, E.L. Durigonc, M.S.C. Assunçãod, G. Candelariab, L. Pastoree, F.S. Blummf, J.M. Kutnera
a Departamento de Hemoterapia e Terapia Celular, Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE), São Paulo, SP, Brasil
b Hospital Sírio Libanês, Banco de Sangue, São Paulo, SP, Brasil
c Departamento de Microbiologia, Instituto de Ciências Biomédicas, Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil
d Departamento de Pacientes Graves, Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE), São Paulo, SP, Brasil
e Unidade de Terapia Intensiva, Hospital Sírio Libanês, São Paulo, SP, Brasil
f Hospital Sírio Libanês, Brasília, DF, Brasil
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Objetivos: Até o momento, nenhuma droga se mostrou efetiva no tratamento da COVID-19. O uso de plasma coletado de doadores convalescentes pode ser uma alternativa terapêutica nos casos de formas graves da doença. Analisamos uma série de casos de pacientes críticos com COVID-19 tratados com plasma convalescente, a fim de definir fatores preditores de tempo de permanência em unidades de terapia intensiva (UTI). Materiais e métodos: Cinquenta e sete pacientes com diagnóstico de COVID-19 confirmado por RT-PCR e pneumonia grave foram recrutados em UTI's em três hospitais terciários no Brasil. Doses de 200 a 600 ml de plasma convalescente foram administradas. As seguintes variáveis foram analisadas a fim de definir preditores de tempo de internação em UTI: títulos de anticorpos neutralizantes dos pacientes antes da transfusão (NAbsP), títulos de anticorpos neutralizantes das unidades de plasma transfundidas (NAbsT), grupo ABO dos pacientes, escore Severity organ failure assessment (SOFA) no Dia 0 (dia da administração do plasma), uso de quaisquer outras terapêuticas (hidroxicloroquina, azitromicina, tocilizumab, imunoglobulina) e presença de comorbidades. A análise estatística foi feita com modelos multivariados considerando-se nível de significância de 5%, utilizando o software SPSS. Resultados e discussão: NAbs T, uso de outras terapêuticas (hidroxicloroquina, azitromicina, tocilizumab, imunoglobulina), grupo ABO e comorbidades são preditores de tempo de permanência em UTI. Altos título de anticorpos neutralizantes dos produtos transfundidos e o uso de outras terapêuticas foram associados a redução nos tempos de permanência em UTI. Observou-se que quanto maior o título de NAbsT, menor o tempo de permanência em UTI. O acréscimo de uma unidade no título de neutralizantes por ml de plasma transfundido resulta em redução de 6,9% no tempo de permanência em UTI (Mean ratio – MR= 0,931, 95% IC 0,907–0,956; p<0,001). O uso de outras terapêuticas também resultou em menores tempos de permanência em UTI (MR=0,650; 95% IC 0,480–0,879; p=0,005). Por outro lado, a presença de comorbidades (MR=3,438; 95% IC 1,296–9,123; p=0.013), os grupos sanguíneos A e AB quando comparados a pacientes B e O foram associados a maiores tempos de permanência em UTI (MR=1.298; 95% IC 1,136–1,483; p<0,001). NAbsP e SOFA no D0 não tiveram impacto nos tempos de internação em UTI. Conclusão: Apesar das limitações de um estudo não controlado, nossas análises revelam dados interessantes acerca dos pacientes com COVID-19 tratados com plasma convalescente Transfusão de plasma convalescente de altos títulos parece reduzir o tempo de permanência em UTI. Por outro lado, o título dos anticorpos neutralizantes produzidos pelos próprios pacientes não teve impacto no tempo de internação em UTI. Pacientes com grupos sanguíneos A e AB e com comorbidades estão associados a maiores tempos de internação em UTI. São necessários mais estudos a fim de confirmar tais achados.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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