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Vol. 44. Núm. S2.
Páginas S688 (Outubro 2022)
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OS VALORES DE REFERÊNCIA DO D-DÍMERO NO CONTEXTO DA COVID-19: O QUE SABEMOS ATÉ AGORA?
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GB Lima, ARJ Parente, TP Cavalcante, CB Sousa, RER Filho, GWC Linhares, LS Gurgel, GHO Trévia, FWRD Santos
Universidade de Fortaleza (UNIFOR), Fortaleza, CE, Brasil
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Objetivos

Correlacionar a associação entre a infecção pelo SARS-CoV-2, a coagulação intravascular disseminada e a relação do D-dímero com o agravamento do quadro clínico em pacientes com a COVID-19.

Materiais e Métodos

Trata-se de uma revisão de literatura realizada pela análise de onze artigos publicados entre 2020 e 2022, nas línguas portuguesa e inglesa obtidos através das bases de dados PubMed e SciELO. Os descritores utilizados na pesquisa estão de acordo com o Sistema de Descritores em Ciências da Saúde (DeCS) e são respectivamente “Coagulação Intravascular Disseminada” e “COVID-19”.

Resultados

O SARS-CoV-2, agente etiológico responsável pela COVID-19, pode causar um estado de hipercoagulabilidade devido ao seu efeito no aumento de citocinas inflamatórias. Sendo o D-dímero um produto de degradação da fibrina, que tem sua produção influenciada pela inflamação, este se torna um importante marcador de gravidade para diagnóstico e manejo de eventos trombóticos. Uma das principais complicações dessa disfunção da hemostasia no COVID-19 é o Tromboembolismo Pulmonar (TEP), que foi observado em cerca de 25% dos casos graves com maiores elevações do D-dímero. Ademais, a Coagulação Intravascular Disseminada (CIVD) se enquadra como outra complicação que ocorre, principalmente, nos casos em que a infeção é fatal, sendo relatada em 71,4% dos pacientes que vieram a óbito e 0,6% dos sobreviventes. Níveis de D-dímero aumentados mais de 6 vezes o limite da normalidade foram associados com desenvolvimento de síndrome do desconforto respiratório agudo, piora do padrão radiológico e aumento da mortalidade. Ainda, os valores desse parâmetro variavam entre 2.614 μg/L e 3.780 μg/L nos pacientes que vieram a óbito, enquanto nos sobreviventes, na maioria das vezes, não ultrapassavam 1.705 μg/L. Corroborando a isso, alguns estudos consideraram valores de D-dímero acima de 1.500 μg/L na admissão um ponto de corte para prever um maior risco de mortalidade dos pacientes com COVID-19.

Discussão

Em caso de manifestação grave da infecção, pode repercutir em sepse, sendo uma circunstância em que o sistema antitrombina, a proteína C e o inibidor da via do fator tecidual e a fibrinólise estão disfuncionais, ocorrendo um desbalanço do sistema de coagulação. Ademais, a hipóxia fomentada pela infecção pode ser outro fator contributivo para essa disfunção. Esse estado pró-trombótico é denominado Coagulopatia Induzida pela Sepse (SIC) e precede a CIVD, uma condição caracterizada por uma excessiva ativação da trombina com formação e deposição de fibrina na microvasculatura. As formas mais graves de COVID-19 estão relacionadas com a SIC, que está presente na maioria dos casos mais fatais. Tendo em vista que os marcadores laboratoriais podem se encontrar bastante alterados em decorrência do desequilíbrio da coagulação provocado pela SIC, a avaliação laboratorial por meio do monitoramento do D-dímero se torna importante para a profilaxia de eventos tromboembólicos mediante uso da terapia anticoagulante, sendo assim, quanto mais estudos forem feitos acerca do tema, melhor a indicação dessa terapêutica aos pacientes.

Conclusão

Desse modo, segundo os artigos pesquisados, houve uma importante relação entre os níveis de D-dímero e um pior prognóstico, sendo os pacientes mais susceptíveis a desenvolver CIVD e ao desenvolvimento de fenômenos tromboembólicos como TEP, e, consequentemente, estes estariam mais indicados a receber profilaxia anticoagulante.

O texto completo está disponível em PDF
Idiomas
Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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