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Vol. 44. Núm. S2.
Páginas S8 (Outubro 2022)
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INTERNAÇÕES HOSPITALARES POR ANEMIA FERROPRIVA NO BRASIL: UM ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO
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ARJ Parente, GB Lima, GWC Linhares, LS Gurgel, TP Cavalcante, TR Carvalho, JA Santiago-Neto, RE Romero-Filho, CH Lopes, FWRD Santos
Universidade de Fortaleza (UNIFOR), Fortaleza, CE, Brasil
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Vol. 44. Núm S2
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Objetivos

Analisar quantitativamente os dados sobre a taxa de internação devido à presença de anemia ferropriva ou outros tipos de anemias por região do Brasil com o escopo de mensurar o impacto dessa morbidade hematológica no sistema de saúde.

Materiais e métodos

Trata-se de um estudo retrospectivo e transversal no qual foram utilizadas as variantes de morbidade hospitalar do Sistema Único de Saúde por anemia e sua taxa de internação no Brasil nos períodos de janeiro a maio de 2022. Estes foram obtidos por meio do website do Departamento de Informática do Sistema único de Saúde (DATASUS).

Resultados

Os dados foram obtidos com variáveis: sexo, região, etiologia e etnia. Excluiu-se os dados ignorados ou em branco. Foram encontrados um total de 5429 casos de internações por anemia ferropriva, no período de janeiro até maio de 2022 entre as regiões brasileiras, sendo (3.185) do sexo feminino e (2.244) do sexo masculino, sendo a raça parda mais acometida (2.047), seguida pela raça branca (1.662). A região mais acometida do país foi a Sudeste com 2.289 notificações, seguida do Nordeste (1.531), Sul (769), Centro-oeste (463) e Norte (377). A faixa etária que foi mais acometida foi com 80 anos e mais com 916 casos, sendo o aumento progressivo dos casos conforme a idade.

Discussão

Perante o exposto, percebe-se a atuação ainda lacunar dos serviços de saúde quanto à prevenção de uma patologia tão evitável quanto a anemia ferropriva. O número de internações é quase coerente para um país de dimensões continentais como o Brasil, mas ainda é considerável e caro para os cofres públicos. Não surpreende a liderança da região Sudeste no número de notificações, visto que é a região mais populosa; contudo, também é a com maiores recursos e níveis de escolaridade, sugerindo que os mais acometidos são pessoas de grupos marginalizados e vulneráveis. Ademais, apesar do número significativo de ocorrências pediátricas, os idosos e as mulheres persistem sendo os mais afetados; panorama há anos salientado por pesquisas e levantamentos de dados, mas que ainda parece ser negligenciado pelos aparatos em saúde.

Conclusão

O estudo ilustra que as internações hospitalares por anemia ferropriva predominam nos pacientes idosos; além de pacientes de raça parda sobrelevam os de raça branca em internações. Ademais, corroborando com a literatura, observou-se que as mulheres tendem a apresentar maior número de internações por anemia por deficiência de ferro, relacionada, notadamente, a sangramentos mais intensos do período menstrual. Nesse contexto, tal quadro anêmico destaca-se como importante problema de saúde pública, inclusive com impacto econômico, sendo válido ressaltar a necessidade de investigação da condição de base da anemia ferropriva com o intuito de reconhecer etiologias mais graves, como neoplasias. Logo, os esforços da equipe de saúde devem visar promover melhor condução terapêutica dos casos, minorando, assim, as internações e, principalmente, favorecendo melhor qualidade de vida aos pacientes, a partir de melhor aporte nutricional de ferro e, quando necessário, reposição oral ou intravenosa desse nutriente, aliado ao tratamento da causa de base.

O texto completo está disponível em PDF
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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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