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Vol. 43. Issue S1.
Pages S184-S185 (October 2021)
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Vol. 43. Issue S1.
Pages S184-S185 (October 2021)
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USO DE VENETOCLAX ASSOCIADO A AZACITIDINA EM PACIENTE COM LEUCEMIA MIELÓIDE AGUDA SECUNDÁRIA A SÍNDROME MIELODISPLÁSICA
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B Stuhlberger, JNM Sasaki, LB Niero, MMI Oliveira, PM Jesus, PF Kauffmann, MF Menin, CAC Vieira, ES Navarro, MG Cliquet
Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), São Paulo, SP, Brasil
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Vol. 43. Issue S1
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Introdução

As síndromes mielodisplásicas (SMD) podem ser caracterizadas como um grupo de distúrbios clonais das células tronco hematopoiéticas que decorrem da insuficiência progressiva da medula óssea (MO) e acarretam alterações displásicas em uma ou mais linhagens de células. Em cerca de 30% dos pacientes portadores dessas síndromes em questão pode ocorrer progressão para leucemia mieloide aguda (LMA). A LMA é a forma mais comum de leucemia aguda em adultos e tem maior incidência na faixa etária dos 65 anos, com tendência a aumentar com a idade. É uma neoplasia maligna de células hematopoiéticas progenitoras da linhagem mielóide, que cursa com o achado de alguns marcadores mieloides como CD13, CD15, CD33, CD117 ou MPO. Devido à proliferação de células imaturas, ocorre uma produção insuficiente de células sanguíneas maduras na MO e no sangue periférico, podendo cursar com uma clínica de anemia, neutropenia e trombocitopenia. O diagnóstico é feito a partir da presença de ≥20% de blastos na medula óssea, além da realização de imunofenotipagem.

Objetivo

Relatar o caso clínico de um paciente diagnosticado com LMA secundária à SMD e, discutir a eficácia do uso de venetoclax associado à azacitidina como opção aos pacientes inelegíveis à quimioterapia intensiva.

Material e método

Trata-se de um estudo descritivo baseado na análise de prontuário do paciente.

Relato de caso

Homem de 67 anos deu entrada no serviço de hematologia hospitalar apresentando astenia e adenopatia. Foi internado em abril/2020 para diagnóstico. Ao mielograma após admissão apresentou 30% de blastos, MO hipercelular e displasia de linhagens celulares sanguíneas. A imunofenotipagem confirmou o diagnóstico de LMA pela presença dos marcadores mielóides característicos. Foi iniciado tratamento com citarabina 20 mg/m2 x 7 dias. Foram realizados 4 ciclos com resposta parcial e o paciente manteve necessidade transfusional importante, principalmente de hemácias, mas também de plaquetas. Em setembro/20 foi trocado o esquema com citarabina por azacitidina 75 mg/m2/dia por 7 dias, ainda mantendo resposta parcial e necessidade transfusional. Em novembro/20 foi associado venetoclax à azacitidina com Ramp Up de 100 a 400 mg e mantido então com 400 mg/dia. Com um mês de tratamento, resolução da necessidade transfusional e em 2 meses remissão completa com 1,7% de blastos em imunofenotipagem. No momento, em manutenção com o esquema em seu 8° ciclo de Azacitidina + Venetoclax e em remissão.

Discussão e conclusões

A LMA secundária à SMD caracteriza-se por MO hipercelular, displasia de linhagens celulares sanguíneas, com a presença de 20% ou mais de blastos na medula. Tais achados confirmam a doença no paciente. A causa da LMA secundária à SMD pode estar associada a fenômenos epigenéticos, como a metilação do DNA, resultando na inativação de supressores tumorais. Este mecanismo pode ser explorado no tratamento da LMA, através do uso de agentes hipometilantes, como a Azacitidina. Isto foi feito no paciente em questão, porém não foi demonstrada melhora clínica. Foi adicionado ao tratamento o venetoclax, um fármaco que se liga às proteínas Bcl-2, resultando na morte de células leucêmicas. O uso do venetoclax combinado a um agente hipometilante tem demonstrado eficácia promissora e perfil de segurança tolerável. Esta associação demonstrou resultados positivos no paciente, com melhora clínica e laboratorial e remissão completa.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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