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Vol. 42. Issue S2.
Pages 424 (November 2020)
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TERAPIA CAR-T NO TRATAMENTO DO MIELOMA MÚLTIPLO
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T.F. Souza, M.C.S.C. Ramos, M.P.M. Porthun, H.R.D. Santos, T.S. Band, V.E.F. Filho, F.T.H. Queiroz, P.H.S. Lopes
Escola de Medicina Souza Marques da Fundação Técnico-Educacional Souza Marques, Rio de Janeiro, RJ, Brasil
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Objetivos: O objetivo desse trabalho é discutir a importância e apresentar os avanços da terapia CAR-T no tratamento do MM. Material e métodos: O trabalho trata-se de uma revisão de literatura acerca da terapia CAR-T no tratamento do MM. Foi utilizada a base de dados PubMed e Medline. A pesquisa abrange os trabalhos publicados entre 2019 e 2020, utilizando como descritores: “CAR-T cell”, “Immunotherap”e “multiplemyeloma”. Resultados: O mieloma múltiplo (MM) representa 1% de todas as neoplasias malignas. Apesar da sua baixa prevalência, a sua letalidade é alta (50%), sendo responsável por cerca de um quinto dos óbitos por cânceres hematológicos. Há uma grande diversidade de antígenos de superfície expressados pelas células tumorais no MM e que podem ser usados como alvo para essa terapia, como o antígeno de maturação de células B (BCMA), o CD19, o CD138, entre outros. O alvo ideal no MM é o BCMA, por ser uma molécula muito presente na superfície das células tumorais, mas ausente em tecidos normais e células-tronco hematopoiéticas. Dessa forma, infere-se que a escolha do alvo para a terapia com células CAR-T é de extrema importância. Na literatura, a terapia anti-BCMA tem sido capaz de induzir a remissão da doença em uma notável fração de pacientes, especialmente quando altas doses das células CAR-T são utilizadas. Muitos estudos com a terapia CAR-T têm apresentado respostas favoráveis por parte dos pacientes, principalmente aqueles que estão com MM refratário ou recidivado. No que tange aos efeitos colaterais, um deles é a síndrome de liberação de citocinas, causada por uma resposta imune excessiva, devido à atividade das células CAR-T. Ainda nesse viés, evidencia-se que a neurotoxicidade apesar de menos frequente, denota uma taxa de letalidade superior ao CRS. Segundo a literatura, os sintomas mais frequentes foram delírio, cefaleia, decréscimo do nível de consciência, alteração da fala e convulsões. Discussão: A terapia CAR-T se apresentacomo uma nova possibilidade de tratamento e o seu principal objetivo é ativar uma imunidade contra o tumor por meio da infusão de células-T modificadase ao passarem por esta terapia, tornam-se capacitadas de reconhecer e destruir células específicas do câncer. Para alcançar esse objetivo, as células-T precisam conter, entre outras estruturas, fragmentos de anticorpos recombinantes responsáveis por direcionar as células-T ao tumor dando a especificidade e efetividade da terapia e um domínio transmembrana que tem o papel de ligar o receptor quimérico (CAR) da membrana do linfócito T às células tumorais, aumentando a força da ligação entre essas. As análises do líquido cefalorraquidiano de indivíduos que desenvolveram neurotoxicidade grave revelaram evidências como o aumento da permeabilidade da barreira hematoencefálica. A combinação de células CAR-T com outras imunoterapias é uma abordagem interessante, especialmente se tratando dos inibidores de ponto de verificação que bloqueiam a via PD-1/PD-L1, pois esses em conjunto podem promover a exaustão nas células-T. Por fim, os trabalhos em andamento estão buscando identificar em uma variedade de cânceres alvos quais se adequam mais às células CAR-T. Conclusão: Assim, conclui-se que a associação da terapia CAR-T isoladamente e associada à outras imunoterapias é bastante promissora para o tratamento de MM. Ainda, os estudos mais recentes buscam encontrar os tipos de câncer que mais se adequam ao tratamento com a terapia CAR-T, destacando-se as células CAR-T derivadas de células-tronco.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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