Objetivo: O transplante autólogo de células progenitoras hematopoéticas do sangue periférico (CPHSP) requer, na maioria das vezes, uma etapa de criopreservação celular. Diversas soluções crioprotetoras foram definidas para uso neste processo. O protocolo usado em nossa instituição foi padronizado com meio de cultura celular e DMSO (MC-D), entretanto, com a disponibilidade de soluções substitutivas para o meio de cultura e aprovadas para uso em humanos, estabelecemos novo protocolo de preparo da solução crioprotetora. O hidroxietilamido (HES – hidroxyethyl starch) em mistura com o DMSO (HES-D) foi utilizado para atender a substituição do meio de cultura celular com DMSO. Este trabalho teve como objetivo comparar e avaliar as variáveis dos testes de qualidade das CPHSP (viabilidade celular e ensaio de proliferação) criopreservadas com duas soluções crioprotetoras a fim de atestar a mudança de protocolo com garantia de qualidade. Metodologia: Realizou-se o levantamento no histórico de 36 pacientes, que tiveram seu congelamento de CPHSP entre 2018 e 2020. Foram criopreservados 20 produtos de leucaféreses com 50% do volume final usando a solução crioprotetora MC-D e 23 produtos com 50% de HES-D. A estocagem dos produtos foi em nitrogênio líquido. Após o descongelamento analisamos a viabilidade celular, por microscopia ótica usando o corante Trypan-Blue e o crescimento celular dos progenitores hematopoéticos através do ensaio clonogênico. A taxa de crescimento celular foi expressa pela relação CD34/CFU (Colony Forming Unit). Comparamos também a recuperação da capacidade proliferativa pós descongelamento pela razão entre a quantidade de CFU pré e pós descongelamento. A influência da preservação com as duas soluções sobre a pega do enxerto. Resultados: Observamos diferença significativa (p=0,0271) na taxa de viabilidade entre os produtos criopreservados com MC-D e HES-D: 84,58% (69,71–93,87%) e 87,67% (76,50–94,93%), respectivamente. A R CD34/CFU nos produtos congelados com MC-D e HES-D teve uma mediana de 258 e 237, e a taxa de recuperação da capacidade proliferativa pós descongelamento em produtos criopreservados em MC-D e HES-D foi de 41,65% e 33,85%, respectivamente. Não tivemos diferença significativa (p=0.7917) na mediana de pega do enxerto (500 granulócitos/uL) nos transplantes realizados com produtos congelados com MC-D: 11 dias (10–14) ou HES-D: 11 dias (8–12). Observamos correlação significativa entre a quantidade infundida de células CD34+ e a pega de enxerto, respectivamente p=0,05 e 0,04 para produtos criopreservados em MC-D e HES-D. Discussão: A mudança de MC-D para HES-D não promoveu prejuízo na qualidade do produto de CTHSP para o transplante autólogo. O hidroxietilamido pode melhorar a viabilidade de células nucleadas maduras, e juntamente com o DMSO promove benefício semelhante ao MC-D sobre células progenitoras hematopoéticas. A substituição de meio de cultura celular por hidroxietilamido em associação com DMSO permite a adequação de uma solução crioprotetora aprovada para uso em humanos. Conclusão: A substituição de meio de cultura celular por hidroxietilamido para criopreservação de CPHSP melhora a viabilidade celular global, não altera a recuperação da capacidade proliferativa dos progenitores hematopoéticos e preserva a correlação que se observa na quantidade células CD34 infundidas e a pega do enxerto.
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