Journal Information
Vol. 45. Issue S4.
HEMO 2023
Pages S852 (October 2023)
Share
Share
Download PDF
More article options
Vol. 45. Issue S4.
HEMO 2023
Pages S852 (October 2023)
Full text access
PAPEL DO GENE FURINA NA SUSCETIBILIDADE E EVOLUÇÃO DA INFEÇÃO PELO SARS-COV-2
Visits
433
GC Ventura, ACCH Cunha, ACDM Carneiro, LF Ananias, FB Vito, VR Júnior, HM Souza, SCSV Tanaka
Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), Uberaba, MG, Brasil
This item has received
Article information
Special issue
This article is part of special issue:
Vol. 45. Issue S4

HEMO 2023

More info
Objetivo

Avaliar a expressão do gene Furina em indivíduos infectados por SARS-CoV-2, visto que trata-se de uma enzima que contribui para a entrada do vírus na célula hospedeira.

Métodos

Este projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (CEP – HC-UFTM) (CAAE 31328220.8.0000.8667). O grupo de estudo foi composto por 44 indivíduos diagnosticados com COVID-19, atendidos em hospitais do município de Uberaba/MG e 12 indivíduos saudáveis. Foram coletados 10 mL de sangue periférico, por venopunção, em tubos contendo EDTA. A extração do RNA total foi realizada utilizando o kit SV Total RNA Isolation System (Promega™, Madison, Wisconsin, EUA), segundo as orientações do fabricante e a reação de transcrição reversa para obtenção do cDNA foi realizada utilizando kit High Capacity cDNA Reverse Transcription Kit (Applied Biosystems™). A quantificação relativa do gene Furina foi realizada por PCR em tempo real, utilizando o equipamento 7500 (Applied Biosystems™). O gene de referência ACTB foi utilizado como controle endógeno. Os ensaios contendo primers e sondas específicas para cada gene foram pré-desenhados pela Applied Biosystems, e os ensaios realizados conforme instruções do fabricante. A significância estatística foi definida como p < 0,05.

Resultados

Participaram deste estudo 56 indivíduos, sendo 44 pacientes com COVID-19, dos quais 16 (36,4%) apresentaram quadro leve da doença e 28 (63,6%) grave, além de 12 controles. As medianas de idade foram 66 (38–88) para o grupo COVID-19 leve, 73 (26–100) para o grupo COVID-19 grave e 67 anos (26–67) para os controles. Em relação ao sexo, o grupo controle foi composto por nove mulheres (75%) e três homens (25%), enquanto no grupo COVID-19 por 24 mulheres (54,6% – nove com quadro leve e 15 grave) e 20 homens (45,4% – sete com doença leve e 13 grave). Não houve diferença significativa (p = 0,73) na expressão de Furina entre os grupos controle e COVID-19 e nem em relação aos controles e a gravidade (leve e grave) (p = 0,06).

Discussão

Indivíduos infectados pelo SARS-CoV-2 apresentam fenótipo variado, com pacientes assintomáticos ou com sintomas leves, mas também pacientes que apresentam pneumonia grave e necessidade de internação em unidade de terapia intensiva (UTI). Essa heterogeneidade pode ser parcialmente explicada pela genética do hospedeiro que pode influenciar na vulnerabilidade à infecção ou modular a resposta imunológica. A furina é uma protease celular utilizada por uma série de patógenos para processar suas proteínas de envelope. Assim, devido as suas funções, este gene é um candidato a regular o risco de gravidade na COVID-19. Embora no presente estudo não tenhamos encontrado diferenças na sua expressão entre os grupos analisados, já foi demonstrado que essa protease desempenha importante papel na biologia do SARS-CoV-2 devido ao seu papel fundamental no processamento da proteína Spike durante a montagem da partícula viral. Isso faz com que a furina contribua indiretamente nos mecanismos de disseminação viral, evasão imune, resposta inflamatória, e têm sido relacionada com a linfopenia que caracteriza a COVID-19 grave.

Conclusão

Não há relação entre a expressão de Furina na suscetibilidade e evolução da infecção por SARS-CoV-2 na amostra analisada.

Full text is only aviable in PDF
Idiomas
Hematology, Transfusion and Cell Therapy
Article options
Tools