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Vol. 45. Issue S4.
HEMO 2023
Pages S88 (October 2023)
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HEMO 2023
Pages S88 (October 2023)
HEMOTERAPIACOVID-19 - HEMATOLOGIA GERAL
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ANÁLISE DA RESPOSTA IMUNE DE CÉLULAS CITOTÓXICAS DE INDIVÍDUOS SAUDÁVEIS APÓS ESTIMULAÇÃO IN VITRO PELO PLASMA DE PACIENTES INFECTADOS PELO SARS-COV-2
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LF Ananias, ACCH Cunha, ACDM Carneiro, BS Matos, LQ Pereira, MV Silva, VR Júnior, HM Souza, SCSV Tanaka, FB Vito
Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), Uberaba, MG, Brasil
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Vol. 45. Issue S4

HEMO 2023

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Introdução/Objetivo

Os linfócitos citotóxicos desempenham um papel muito importante na imunidade antiviral e a sua desregulação na COVID-19 resulta não só na falha em eliminar células infectadas, mas também impacta na interação com outras células do sistema imune. Dessa forma, alterações em proteínas citolíticas, como a perforina e a granzima B poderiam interferir na resposta contra o vírus SARS-CoV-2. Este estudo teve como objetivo avaliar o impacto da exposição de linfócitos citotóxicos a amostras infectadas pelo vírus SARS-CoV-2 na produção de proteínas citolíticas, visto o potencial imunomodulatório desse vírus frente ao sistema imune do hospedeiro.

Materiais e métodos

Foram coletadas amostras de sangue periférico de 6 indivíduos saudáveis, sendo 3 homens e 3 mulheres, com idades pareadas (média = 35 anos ±6), das quais foram separadas as células mononucleares do sangue periférico que foram incubadas em um pool de plasma de pacientes com COVID-19 que foram a óbito e em um pool de plasma de indivíduos saudáveis. Estas células foram mantidas em cultura por 72 horas em meio RPMI suplementado com 10% de soro fetal bovino em incubadora de CO2 a 37°C. Todos os tratamentos foram realizados em triplicatas. Foram analisadas a expressão da perforina em suas formas ativada e inativa e da granzima B, tanto em linfócitos T CD8+ quanto em células Natural Killer (NK), por citometria de fluxo. Linfócitos T CD8 foram identificados como CD3+CD8+ e células NK como CD3-CD56+. Foram registrados 50.000 eventos em citômetro de fluxo FACSCanto II, com análise no software Diva 6.0 (Becton Dickinson). Os dados foram analisados por meio do teste Wilcoxon, considerando significância de p < 0,05.

Resultados

Observou-se uma diminuição significativa tanto na quantidade de perforina ativa (medianas: 52,75 versus 50,75; p = 0,007) quanto na de perforina inativa (medianas: 69,63 versus 66,33; p = 0,04) em células TCD8+ incubadas com plasma de pacientes com COVID-19. O mesmo não foi observado em células NK, apesar de ser notada uma diminuição na quantidade destas proteínas, sendo as medianas 65,08 versus 62,00 (p = 0,29) e 72,08 versus 64,85 (p = 0,59), para perforina ativada e inativa, respectivamente. Quanto à granzima B, também não foram observadas diferenças estatisticamente significativas, apesar de haver uma diminuição das medianas, sendo 52,43 versus 49,28 (p = 0,11) e 60,98 versus 55,03 (p = 0,32), nas células TCD8+ e células NK, respectivamente.

Discussão

Os achados do presente estudo indicam que componentes presentes no plasma de pacientes infectados podem contribuir com uma menor produção de proteínas citolíticas, como foi observado, principalmente, nas células TCD8+. Isso pode ser consequência de um mecanismo de escape imune do vírus, visto o estímulo a uma menor reatividade das células imunes frente à infecção. Porém, novos estudos são necessários para elucidar a natureza e a composição desses componentes.

Conclusão

Portanto, houve uma diminuição da quantidade das formas ativas e inativas da perforina nas células TCD8+ frente à exposição ao plasma de pacientes com COVID-19, indicando potenciais componentes desses indivíduos infectados que possam contribuir com uma supressão da resposta imune.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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