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Vol. 42. Issue S2.
Pages 445-446 (November 2020)
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Vol. 42. Issue S2.
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IMUNOFENOTIPAGEM DE PLASMÓCITOS ANÔMALOS: DISCRIMINAÇÃO PELA INTENSIDADE MEDIA DE FLUORESCÊNCIA (MFI)
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H.V. Araújoa, M.R. Ioshidaa, A.M.O. Facchinellia, I.Y. Takihia, E.N. Ferreiraa, C.M. Lopesa, J.M. Realb, N.S. Bacala,c
a Centro de Hematologia de São Paulo, São Paulo, SP, Brazil
b Hospital Santa Marcelina, São Paulo, SP, Brazil
c < Beneficente Israelita Brasileira Hospital Albert Einstein, São Paulo, SP, Brasil
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Objetivo: A citometria de fluxo (CF) é ferramenta importante no diagnóstico e monitoramento de neoplasias de células plasmocitárias. Essa metodologia diferencia plasmocitose reacional de neoplasia, auxilia na avaliação da progressão de Gamopatia Monoclonal de Significado Indeterminado (GMSI) para Mieloma Múltiplo (MM), e quantifica doença residual mínima (DRM). Comparada à citomorfologia, a CF apresenta maior sensibilidade, porém observa-se discrepância no número de plasmócitos, com menor porcentagem na CF, explicada em parte pelas características do plasmócitos e por aspectos pré-analíticos. Os plasmócitos normais apresentam fenótipo CD45+, CD38+, CD138+, CD19+, CD56-/fraco, CD81+, CD117-, CD27+, cIg policlonal. É possível observar, especialmente na GMSI e na pesquisa de DRM para MM, a presença de duas populações plasmocitárias diferentes, geralmente uma com fenótipo normal e outra com fenótipo anômalo. Nosso objetivo é avaliar o poder de discriminação dos marcadores CD19, CD27, CD38, CD45, CD56, CD81, CD117 e CD138, pela intensidade média de fluorescência (MFI), comparando duas populações plasmocitárias na mesma amostra, dentre elas uma normal e uma anômala. Materiais e métodos: Foram analisados 20 casos com presença de plasmócitos anômalos. O critério para inclusão foi presença de no mínimo 0,1% de células plasmocitárias anômalas, e > 100 eventos em cada população plasmocitária, em amostra de medula óssea detectada por CF. Nos casos avaliados, foi possível distinguir duas populações de plasmócitos, sendo uma delas com fenótipo normal e a outra anômala. Por fim, avaliou-se o MFI de cada marcador nas duas populações plasmocitárias. Todos os casos foram avaliados por CF, utilizando os seguintes anticorpos: cyLambdaFITC, cyKappaPE, CD56ECD, CD138PC5.5, CD27PC7, CD117APC, CD19A700, CD38A750, CD81PB e CD45KO. Os dados foram analisados em citômetro Navios e software Kaluza. Para a análise da distribuição dos dados, utilizou-se o software estatístico R. Resultados: Dos 20 casos analisados, 55,6% dos pacientes eram do sexo feminino. A mediana de idade foi de 65,5 anos (37–87). Ao avaliar o MFI dos marcadores por representação gráfica em boxplot, observou-se que no geral houve uma menor dispersão dos dados nas populações plasmocitárias anômalas, enquanto nas populações normais os valores do MFI se apresentam com maior dispersão. Com exceção do CD81, os demais marcadores apresentaram valores sobrepostos entre a população normal e a anômala. O CD56 apresentou baixa dispersão dos dados nas populações normais, porém maior frequência de outliers nas populações anômalas. O CD81 apresentou maior poder de discriminação de populações anômalas, com menor dispersão dos dados nas duas populações plasmocitárias e sem sobreposição de valores entre população normal e anômala. Conclusão: Embora a quantificação de células plasmocitárias por CF possa ser subestimada, os dados obtidos por essa metodologia são de grande importância no diagnóstico e monitoramento de neoplasias de células plasmocitárias. Cada vez mais se discute a importância da detecção da DRM em MM, sendo considerada fator de prognóstico importante para prever recaída. Dessa maneira, a escolha de um painel de anticorpos que seja efetivo na detecção de pequenas populações anômalas residuais, se torna primordial. Concluiu-se que o marcador CD81 tem maior poder de discriminação entre populações plasmocitárias anômalas e normais, sendo útil nos estudos de DRM ou de pequenas populações plasmocitárias anômalas.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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