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Vol. 44. Issue S2.
Pages S53-S54 (October 2022)
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Vol. 44. Issue S2.
Pages S53-S54 (October 2022)
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EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DA L-GLUTAMINA NA CONDIÇÃO CLÍNICA DE PACIENTES PEDIÁTRICOS COM DOENÇA FALCIFORME
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HCM Teixeiraa, FM Furtadob, HCV Branquinhob, KDC Souzab, R Camargob, IMQ Magalhãesa, PC Galatib, KHR Costac
a Centro Universitário Euro-Americano (UNIEURO), Brasília, DF, Brasil
b Hospital da Criança de Brasília José Alencar (HCB), Brasília, DF, Brasil
c Escola Superior de Ciências da Saúde (ESCS), Brasília, DF, Brasil
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Vol. 44. Issue S2
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Objetivo

Avaliar o efeito da suplementação de L-glutamina em pacientes pediátricos com Doença Falciforme (DF).

Material e métodos

Estudo retrospectivo e prospectivo, com pacientes entre 5 e 17 anos, com diagnóstico de DF, em uso da dose máxima tolerada de hidroxiureia (HU), sem histórico de uso de L-glutamina. Na primeira avaliação, pacientes e responsáveis responderam questionário contendo dados sobre crises álgicas e uso de medicações no último mês, além de idas a serviços de emergência ou internações nos últimos 12 meses. Forneceu-se L-glutamina em pó, 0,3 g/kg 12/12h (máximo de 30 g/dia). Após 4 semanas e, em seguida, a cada 12 semanas até a 52ª de suplementação, aplicou-se o mesmo questionário, com acréscimo de pergunta sobre efeitos colaterais. Realizou-se semanalmente consultas remotas de enfermagem na busca das seguintes informações: uso regular de L-glutamina, hospitalizações e consultas de emergência por crise álgica, dias de uso de analgésicos comuns e/ou opioides ou outras intercorrências. Utilizou-se a plataforma REDCap para coleta e armazenamento dos dados.

Resultados

Até o momento, foram incluídos 9 pacientes, 5 meninos e 4 meninas, idade média de 14 anos (7 a 17). Um paciente já concluiu 52ª de suplementação; uma paciente desistiu de participar após a semana 16. Um mês antes do início da suplementação, três pacientes apresentaram mais de 13 dias de crise álgica; os outros pacientes apresentaram em média 3 dias. Observou-se a média de 9 dias de uso de analgésicos e 8 dias de uso de opioides; 3 pacientes necessitaram do serviço de emergência, com uma média de internação de 2 dias. Nos 3 meses anteriores ao uso da L-glutamina, a média de idas à emergência por crise álgica foi de 2 vezes e a média de dias de internação 7. Nos 12 meses anteriores à suplementação, foram em média 5 idas à emergência e 31 dias de internação. Após a quarta semana de suplementação, notou-se, em média, 7 episódios de crises álgicas, 3 dias de uso de analgésicos e 1 dia de opioides. Nenhum paciente necessitou ir à emergência ou precisou de internação. Dois pacientes ainda não completaram esse período de tratamento. Depois de 16 semanas de suplementação, a média de episódios de crise álgica foi de 7 dias/mês, os dias de uso de analgésicos foram em média 7 dias/mês e opioides 5 dias/mês. Nesse período dois pacientes necessitaram de atendimento de emergência e a média de dias de internação foi de 11. Quatro pacientes ainda não completaram esse período de suplementação. Dois pacientes completaram 28 semanas uso da L-glutamina, a média de dias de crise álgica foi de 6 dias/mês, uso de analgésicos 6 dias/mês e opioides 2 dias/mês, nenhum deles necessitou de atendimento de emergência ou internação. Os efeitos colaterais mais relatados foram constipação e náusea.

Discussão

Identificou-se diminuição na quantidade e intensidade de crises álgicas após o uso de L-glutamina, bem como redução na necessidade de hospitalização, assim como observado em estudo anterior (Niihara e colaboradores (2018)). Os efeitos colaterais gastrointestinais foram observados do mesmo modo nos estudos de Ugochi e colaboradores (2020).

Conclusão

Nota-se uma tendência de que a suplementação com L-glutamina reduza o número de crises álgicas, uso de analgésicos e necessidade de assistência médica em pacientes pediátricos em uso de dose máxima de HU. Tal tendência necessita ser confirmada com o seguimento mais longo dos pacientes atuais e com a inclusão de novos pacientes.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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