analisar as internações hospitalares por leucemia na Região Norte do Brasil, e os custos correspondentes no âmbito do Sistema Único de Saúde.

Realizado estudo envolvendo dados secundários publicados pelo Ministério da Saúde de forma on-line pelo Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde, referente à morbidade decorrente de leucemia, envolvendo internações na Região Norte de 2015 a 2020. A análise dos dados se deu por meio de estatística descritiva (frequências absolutas e percentuais), segundo as variáveis: sexo, cor/raça, faixa etária, número de internações e valor de Autorização de Internação Hospitalar pagas (AIH).

Foram analisadas 12.440 internações hospitalares por leucemia em nortistas, sendo que 59,25% ocorreram em pessoas do sexo masculino. O valor total de AIH pagas foi de R$ 21.162.291,58 e, desse valor total, 57,72% desses gastos destinaram-se ao sexo masculino. Foi observado que, durante todo o período analisado, os indivíduos jovens (com até 19 anos) contribuíram com a maior proporção de internações hospitalares por leucemia, correspondendo a 66,64% do total de internações do país para a população da Região Norte. Com relação ao valor total de AIH pagas (R$ 21.162.291,58), entre o ano de 2015 e 2020, pôde-se observar que 66,95% (R$ 14.167.306,35) foram destinados à população jovem, 27,19% (R$ 5.753.629,53) à população adulta e 5,87% (R$ 1.241.355,70) à população idosa. Observa-se que, durante todo o período analisado, a cor/raça parda contribuiu com a maior proporção de internações hospitalares, correspondendo a 73,20% (9.106) das internações do país por leucemia para a população da Região Norte. Quanto aos recursos pagos, a população parda apresentou os maiores valores, correspondendo a aproximadamente 75,59% do total da região, seguida de cor/raça “não informada”(12,40%) e branca (8,58%).

As Leucemias são um grupo de doenças malignas do sistema hematopoiético que podem ser categorizadas, de acordo com a sua velocidade de desenvolvimento, em agudas e crônicas, sendo essa última forma a qual exige um acompanhamento hospitalar durante período prolongado, devido à conduta terapêutica baseada em em radioterapia e quimioterapia. Tal tratamento propicia um estado vulnerável e mais debilitante do organismo do doente, o que torna essa patologia ainda mais preocupante, justificando os altos gastos para manter a qualidade de vida do paciente. Ademais, destaca-se no estudo que a Leucemia é uma doença prevalência nos primeiros vinte anos de vida e na população parda, majoritária no país, logo, é de suma importância a implementação de medidas para conscientizar a população sobre o a patologia e seus sinais e sintomas, facilitando o diagnóstico precoce.

Diante disso, é possível observar as internações e os custos com o tratamento de leucemia na região norte. Dado a relevância do estudo, constata-se um predomínio discreto na ocupação de leitos e nos custos pelo gênero masculino. Além disso, os indivíduos jovens destacam-se no estudo, correspondendo a uma estatística relevante nesse contexto. Ressalta-se, ainda, o predomínio na população parda em internações, que vai ao encontro da cor/raça mais presente na sociedade brasileira. Assim, é notória a necessidade de compreender a problemática e traçar mecanismos para amenizá-la na região norte e, consequentemente, no Brasil.