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Vol. 42. Issue S2.
Pages 383 (November 2020)
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AVALIAÇÃO DO IMPACTO DA IMPLEMENTAÇÃO DE UMA FERRAMENTA ELETRÔNICA NA HEMOVIGILÂNCIA DE REAÇÕES TRANSFUSIONAIS AGUDAS
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C.F. Pithana,b, L. Sekineb, C.A. Polanczykb, A. Vigob
a Hospital Nossa Senhora da Conceição, Tubarão, SC, Brasil
b Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS, Brasil
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Introdução: O sistema de Hemovigilância brasileiro teve início em 2002, mas somente contou com uma maior abrangência nacional a partir da implantação do Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária (NOTIVISA), via web, em dezembro de 2006. Em todos os anos de acompanhamento desta rede, as reações transfusionais (RT) imediatas, ou agudas, foram as mais notificadas. Ainda assim, proporcionalmente ao número de unidades de hemocomponentes transfundidos no Brasil, estima-se que haja uma subnotificação relevante, além de existirem dificuldades diversas no reconhecimento, tratamento e prevenção das complicações transfusionais como um todo. Métodos: Nesse contexto de subnotificação crônica de RT imediatas, foi desenvolvida uma ferramenta eletrônica acoplada ao prontuário informatizado do paciente do Hospital Nossa Senhora da Conceição, Porto Alegre-RS, Brasil, com o objetivo de rastrear os sintomas mais comumente associados a reações transfusionais agudas em pacientes transfundidos: febre, rash cutâneo, dispneia e tremores. Essa ferramenta teve por objetivo aumentar a capacidade de detecção desse tipo de reação. Resultados: Foram transfundidos 2547 pacientes no Hospital Nossa Senhora da Conceição em todo o ano de 2017 e, para essa população, foram realizadas 7.763 solicitações de transfusão de hemocomponentes. Destas, 73,7% foram solicitações de concentrado de hemácias, 15,3% de concentrado de plaquetas, 10,3% de plasma fresco congelado e 0,7% de crioprecipitado. Dentre os casos suspeitos, foram diagnosticadas 104 reações transfusionais imediatas, evidenciando uma incidência de 1,3% (95% IC: 1,08–1,60) de eventos. A febre foi o sintoma mais frequentemente relatado e a reação febril não hemolítica (RFNH) a reação mais incidente. A ferramenta eletrônica de rastreamento mostrou uma sensibilidade de 65,4% (95% IC: 55,42–74,45) para detecção das RT imediatas em comparação ao procedimento padrão, que é o acionamento da equipe do Banco de Sangue via telefônica, cuja sensibilidade é de 54,8% (95% IC: 44,74–64,59). Essa diferença de 11%, a despeito de não ter sido estatisticamente significativa (p=0,2723), refletiu em um incremento na detecção de reações de 82%, uma vez que o método tradicional de detecção foi capaz de identificar somente 57 das 104 reações diagnosticadas. Discussão e conclusões: A ferramenta eletrônica de hemovigilância mostrou-se complementar ao método atualmente em uso (contato telefônico direto com o Banco de Sangue de cada instituição), aumentando de maneira significativa a capacidade de detecção de sintomas e o diagnóstico desse tipo de reação. Métodos inovadores, principalmente aqueles associados à tecnologia da informação, podem agregar ganhos importantes e bastante significativos no que diz respeito ao conhecimento dos eventos adversos de todo o ciclo do sangue; não só após o ato transfusional em si, mas em toda a cadeia hemoterápica.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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