Objetivo: Analisar os exames pré e pós transfusionais em pacientes idosos no Hospital Tereza Ramos (HTR), para verificar a eficácia das transfusões, desenvolver possíveis relações entre número de transfusões e o risco transfusional, e avaliar se as indicações para transfusões de concentrado de hemácias atendiam aos critérios estabelecidos pelo Ministério da Saúde. Material e métodos: Foram avaliados 80 prontuários com dados de exames de pacientes que se submeteram à transfusão sanguínea, sendo pacientes maiores de 60 anos, de ambos os sexos, para comparar os testes hematócrito e hemoglobina pré e pós transfusionais e informações adquiridas entre os diferentes perfis de pacientes transfundidos. Resultados: Dos 80 pacientes analisados, houve o predomínio do sexo masculino (57.5%). Verificou-se que 66,3% das prescrições atendiam aos critérios estabelecidos pelo Ministério da Saúde. A predominância dos pacientes transfundidos foi no Setor de Clínica Médica com 55,0%, com diagnostico de câncer, neoplasia e tumores (32,5%). A média da Hemoglobina pré-transfusional foi de 7,46 e pós 10.61g/dL. Quanto ao hematócrito pré foi de 22,7% e pós 28.3%. Discussão: Verificou-se que 66,3% das prescrições atendiam aos critérios estabelecidos pelo Ministério da Saúde onde a transfusão de uma unidade de Concentrado de Hemácias, com volume médio de 320 mL, aumentará a hemoglobina do adulto em 1 g/dL, e, o hematócrito em 3%. E 33,8% não atenderam os critérios de transfusão, onde os pacientes não precisariam ser submetidos a tal procedimento. Observado que a média de idade dos pacientes transfundidos foi de 71 anos, com um desvio padrão de aproximadamente 8, sendo duas bolsas a média de uso por paciente, onde resultou em um aumento significativo de Hematócrito pré-transfusional de 22,7% para pós-transfusional 28%, confirmando os critérios estabelecidos, onde cada bolsa de Concentrado de Hemácias, aumenta 3% o índice de Hematócrito. Quanto aos resultados pré e pós transfusionais da dosagem de hemoglobina, constatou-se um aumento também significativo, verificando 7,5 a média no pré e 10,6 no pós-transfusional, onde em um paciente adulto, cada unidade de concentrado de hemácias aumenta em aproximadamente 1g/dL de hemoglobina. A realização de transfusões de forma não criteriosa expõe o receptor a diversas e sérias complicações como: a exposição às doenças transmissíveis, reações transfusionais (hemolíticas ou não) que podem ser graves, sensibilização imunológica, falha terapêutica, entre outros. Por esse motivo, os pacientes transfundidos que não atenderam aos critérios de transfusão foram submetidos a riscos desnecessários. Observado que 21,3% dos pacientes utilizaram somente um concentrado de hemácias onde, dependendo do diagnóstico essas transfusões poderiam ter sido substituídas por fármacos ou outro meio terapêutico, sem exposição aos riscos inerentes do uso do sangue, considerando um material biológico. Conclusão: Esta pesquisa não teve a pretensão de julgar as prescrições de transfusões dos pacientes, serviu apenas como um levantamento de dados, para alertar e instruir prescritores sobre a necessidade de uma avaliação prévia das condições clínicas e critérios estabelecidos por órgãos competentes, visando o bem estar e segurança do paciente.