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Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
ID – 929
Acesso de texto completo
RELATO DE CASO: IMPACTO DE UMA INTERVENÇÃO DE EXERCÍCIO FÍSICO EM PACIENTE COM LINFOMA DE BURKITT
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MEM da Silvaa, IC Rossatob, MB Michalowskia
a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Porto Alegre, RS, Brazil
b Hospital de Clínicas de Porto Alegre da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (HCPA/UFRGS), Porto Alegre, RS, Brazil
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Vol. 47. Núm S3

HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo

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Introdução

É bem documentado na literatura científica um incremento na sobrevida global de pacientes oncopediátricos, mediante avanço da terapêutica. No entanto, barreiras à qualidade de vida são observadas, denotando complicações tardias a serem manejadas. Neste cenário, benefícios do exercício físico regular são bem documentados em adultos, deixando uma lacuna quanto à população pediátrica. Sendo assim, o objetivo deste relato é apresentar dados preliminares de um estudo em curso, o qual tem como objetivo a estruturação de um protocolo de exercícios com vistas à aplicação em crianças e adolescentes.

Descrição do caso

Paciente masculino de 11 anos com obesidade grau I e diagnóstico de Linfoma de Burkitt abdominal em follow-up após tratamento quimioterápico realizou programa de exercício físico com duração de 3 meses, sessões de 60 min online, 2 vezes na semana, supervisionado por profissional da educação física após liberação médica. Inicialmente o paciente realizou testes (sentar e levantar 30 seg, caminhada de 6 min, teste do dinamômetro e questionário PedsQL módulo câncer) e tem aferidas dobras cutâneas, circunferências e IMC. Estas avaliações foram repetidas ao fim do programa. O protocolo consistiu em exercícios de aquecimento, força, aeróbico e alongamento e são progredidos a cada mês. As condições clínicas e as contagens sanguíneas foram monitoradas, não sendo realizados treinos em casos de infecções agudas, febre, mal estar, diarréia, vômitos e níveis de PLT <50.000, Hb <10 g/dl ou Neu 5 × 10/1. Para calcular o percentual de gordura foi utilizada a equação de Slaughter e para o ganho de massa muscular utilizou-se a Circunferência Muscular do Braço (CMB). O paciente realizou todas as sessões propostas sem intercorrências. Ao final do programa, o teste de sentar e levantar apresentou incremento em 20% de vezes executadas e a distância percorrida no teste de caminhada aumentou 8,7%. A CMB aumentou 0,6% e o percentual de gordura corporal reduziu dois pontos percentuais. Não obteve impacto significativo sobre o peso. O escore de qualidade de vida melhorou em aproximadamente 10%.

Conclusão

O caso apresentado demonstra que a intervenção de exercício físico é exequível e segura, apresentando um impacto significativo na melhora da qualidade de vida do paciente. Além disso, apresenta potencial para melhorar a capacidade aeróbica e muscular e auxiliar na modificação da composição corporal. Os benefícios observados são consistentes com os relatados anteriormente na literatura. A implementação do programa de exercício físico demonstrou impacto na aptidão física e na qualidade de vida do paciente. Estes achados sugerem benefício da inclusão de programas de exercício físico como parte integrante do tratamento hematológico e oncológico pediátrico e destacam a importância da multidisciplinaridade para o cuidado integrado do paciente.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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