HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
Mais dadosO Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP, 2023) reconhece a cultura de segurança como elemento essencial para a qualidade do cuidado em saúde. No contexto hematológico, essa cultura se torna ainda mais necessária diante dos riscos associados a imunossupressores, procedimentos invasivos, infecções oportunistas, sangramentos e reações transfusionais. Nesse cenário, o fortalecimento do papel ativo do paciente como corresponsável pelo tratamento contribui para a prevenção de eventos adversos, favorecendo uma assistência mais segura, humana e centrada na pessoa.
ObjetivosDescrever estratégias educativas voltadas à participação ativa de pacientes hematológicos na promoção da segurança e da qualidade do cuidado.
Material e métodosRelato de experiência de natureza qualitativa, descritiva e analítica, conduzido pelo núcleo de segurança do paciente (NSP) do Hemocentro Dalton Cunha. As ações foram desenvolvidas por equipe multidisciplinar e incluíram: elaboração de materiais educativos acessíveis (cartilhas ilustradas, folders e cartazes); rodas de conversa com pacientes e acompanhantes nas áreas de espera ambulatorial; e aplicação de checklists educativos durante o tempo de espera para consultas e exames. A escuta qualificada foi utilizada como ferramenta para identificar dúvidas recorrentes, barreiras percebidas e o nível de engajamento dos usuários.
ResultadosAs estratégias educativas implementadas promoveram impacto positivo na percepção de segurança dos usuários e no fortalecimento da comunicação entre equipe e pacientes. Observou-se maior envolvimento dos usuários nas etapas do cuidado, como verificação de identidade, conhecimento sobre seus medicamentos e relato de sinais de alerta. Profissionais relataram aumento na adesão às práticas seguras e fortalecimento do vínculo terapêutico. A experiência revelou que ações educativas centradas no paciente contribuem para consolidar uma cultura de segurança mais horizontal, participativa e sensível às especificidades do cuidado hematológico. A educação em saúde mostrou-se uma ferramenta eficaz para o empoderamento, a prevenção de riscos e a construção compartilhada do cuidado.
Discussão e conclusãoO protagonismo do paciente, estimulado por meio de estratégias educativas, mostrou-se uma abordagem viável e transformadora no cenário hematológico. A iniciativa fortaleceu o ambiente assistencial, tornando-o mais seguro, colaborativo e humanizado, com benefícios percebidos tanto pelos profissionais quanto pelos usuários. A inclusão ativa do paciente no processo de segurança é uma prática replicável e coerente com os princípios de equidade, qualidade e corresponsabilidade no cuidado.




