HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
Mais dadosHematologia e hemoterapia é uma especialidade médica fundamental para atuar nos serviços de hemoterapia, no diagnóstico e tratamento de diversas condições clínicas, como hemoglobinopatias, coagulopatias hereditárias e doenças oncohematológicas. Observa-se distribuição desigual e queda do número destes especialistas nos últimos anos, levando a uma diminuição da oferta de serviços essenciais e um alerta na formação médica na área.
ObjetivosGeral: Analisar a distribuição sociodemográfica dos médicos hematologistas e hemoterapeutas. Específicos: Mapear a formação e distribuição da especialidade médica no Brasil. Analisar indicadores epidemiológicos e socioeconômicos. Avaliar impacto na sociedade.
Material e métodosEstudo descritivo de revisão de literatura. Palavras chaves: hematologia; hemoterapia; médicos; Brasil. Fontes de dados: Conselho Federal de Medicina (CFM); SISCNRM (Sistema da Comissão Nacional de Residência Médica); INCA (Instituto Nacional do Câncer); Registros de doenças hematológicas. Variáveis: N°. de hematologistas /100.000 habitantes e por região Vagas de residência médica na especialidade. Indicadores epidemiológicos. Dados socioeconômicos (média de salário, idade, gênero) Análise estatística: Estatística descritiva.
Discussão e conclusãoSegundo dados do CFM (2023), em 2022 existiam 321.581 médicos especialistas (62,5%) do total de 514.215 profissionais ativos. A quantidade de médicos aumentou 30,7% em 2023, enquanto a população em geral aumentou 18,6%. A maior concentração foi na região sudeste, seguido da centro-oeste e sul, principalmente em São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal. Em relação aos hematologistas, haviam 3.271 registros (0.7% do total) sendo este percentual mantido de 2020 até 2022, com 1,53 especialista /100.000 habitantes. A maioria eram mulheres (64,1%), com média de idade de 48,4 anos (31,7% dos médicos com 55 anos ou mais e 18,4% abaixo de 35 anos). 59,4% concentrava-se na região sudeste e 63,7% nas capitais. Em 2021, haviam 250 médicos residentes (0,6%) em Hematologia e Hemoterapia. Comparando-se a série histórica entre 2018 a 2022 as vagas de residência ocupadas tiveram uma taxa de crescimento de negativa de 13,2%. Atualmente no SISCNRM constam 402 vagas no Brasil com 323 ocupadas distribuídas em 62 programas, estando a maioria na região sudeste (61,29%). Pesquisa em sítios eletrônicos especializados demonstraram que a média salarial é de R$ 8.205,52 para uma semana de 25 horas, com a mediana de R$ 7.981,42 e teto de R$ 16.764,29. Importante lembrar que o Brasil tem a 4a. maior população de hemofílicos no mundo. A doença falciforme é maior no Nordeste (40,46%) com cerca de 14000 óbitos entre 2019 a 2022, além de aumento de internações. Leucemia encontra-se entre os tipos de câncer mais comuns no Brasil, com 11.540 casos de óbitos em 2023. O que reforça a desigualdade assistencial nestes setores.
ConclusãoA especialidade médica de hematologia e hemoterapia está concentrada na região sudeste, onde este profissional permanece fixado. Observa-se uma baixa procura pela formação na especialidade ano a ano, predominando mulheres, com idade média de 48,4 anos, concentrando-se em regiões metropolitanas, levando a falta do profissional em áreas de baixa densidade populacional ou menor desenvolvimento socioeconômico. Tais fatores limitam a formulação de políticas de saúde voltadas à equidade no acesso a cuidados hematológicos e a hemorrede, além de gerar um alerta sobre a carreira médica nesta especialidade.




