Compartilhar
Informação da revista
Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
ID - 2084
Acesso de texto completo
IMPLEMENTAÇÃO DA ROTINA DE COLETA DE HEMOCULTURA PELO ENFERMEIRO APÓS EPISÓDIO FEBRIL EM PACIENTES ONCO- HEMATOLÓGICOS NO PERÍODO DE NEUTROPENIA PÓS-QUIMIOTERAPIA
Visitas
19
BO Baptista, JM Souza, ALGP Fonseca
Hospital Federal dos Servidores do Estado, Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Este item recebeu
Informação do artigo
Resume
Texto Completo
Baixar PDF
Estatísticas
Suplemento especial
Este artigo faz parte de:
Vol. 47. Núm S3

HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo

Mais dados
Introdução

Pacientes com neoplasias hematológicas em tratamento quimioterápico apresentam alto risco de infecções agudas graves. A febre é o marcador mais precoce e sensível de infecção nessa população, mas outros sinais – taquicardia (> 90 bpm), taquipneia (> 20 irpm), alteração do nível de consciência, mal-estar, fraqueza, calafrios, sudorese intensa, tremores, hipotensão, hipotermia e dor inexplicável – também podem indicar infecção grave.

Objetivos

Padronizar a coleta de hemocultura pelo enfermeiro para agilizar o diagnóstico e início da antibioticoterapia. Reduzir morbimortalidade por infecções em pacientes onco-hematológicos. Otimizar o fluxo de atendimento, evitando atrasos no tratamento. Fortalecer a integração multiprofissional e o protagonismo da enfermagem.

Material e métodos

Considerou-se febre como temperatura axilar ≥ 37,8°C ou ≥ 37,5°C mantida por mais de 24 horas. Na instituição, a coleta de hemocultura (HMC) não é privativa do médico, sendo realizada por enfermeiro capacitado. O protocolo prevê coleta de dois pares de hemoculturas (aeróbicas e anaeróbicas) de dois sítios distintos – um periférico e outro de acesso central – antes da administração do antibiótico empírico, com 5 mL de sangue por frasco. A prescrição médica já contém a indicação de coleta de HMC e início de antibioticoterapia em caso de febre. Para agilizar, a equipe médica disponibiliza pedidos padronizados assinados e carimbados, bem como formulários institucionais com identificação do paciente, local de internação, data/hora da coleta e informações sobre o antibiótico (posologia, dose e duração). Esses documentos são enviados à CCIH e à farmácia, permitindo que a medicação seja liberada e administrada imediatamente após a coleta. O tratamento deve ser iniciado na primeira hora, priorizando a antibioticoterapia caso haja risco de atraso.

Discussão e conclusão

A implantação dessa rotina trouxe benefícios claros: redução de morbimortalidade e complicações clínicas, manutenção dos pacientes em enfermaria evitando transferências para UTI, preservação do convívio familiar em momentos críticos, diminuição do estresse e ansiedade, menor risco de infecção hospitalar e redução de custos. Também foi notado maior protagonismo da enfermagem na detecção precoce de deterioração clínica e melhoria da comunicação multiprofissional, garantindo decisões mais rápidas e eficazes. Na enfermaria onco-hematológica, a coleta de hemocultura imediata após o primeiro episódio febril é prática fundamental para segurança e qualidade assistencial. A padronização reduz variações nas condutas, aumenta a eficácia da assistência e fortalece o trabalho em equipe. Mais que uma ação técnica, a coleta de HMC pelo enfermeiro representa estratégia assistencial baseada em evidências, decisiva para o prognóstico e a sobrevida de pacientes em situação de alta vulnerabilidade, garantindo cuidado ágil, seguro e humanizado.

Texto Completo

Referências:

Ministério da Saúde/CONITEC. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas – Anemia Aplástica, Mielodisplasia e Neutropenias Constitucionais; estabelece diretrizes nacionais para manejo dessas condições, incluindo aspectos sobre neutropenia e fluxos assistenciais. Brasília; 2016.

Manuais INCA/Ministério da Saúde. Ações de Enfermagem para o Controle do Câncer: uma proposta de integração ensino-serviço. 3. ed. Rio de Janeiro: INCA; Ministério da Saúde, 2008.

Instituto Nacional de Câncer (INCA). Investigação de infecção por hemocultura no HCI/INCA: protocolo e processamento automatizado. Rio de Janeiro, s.d. Acesso em: 09 ago. 2025.

Baixar PDF
Idiomas
Hematology, Transfusion and Cell Therapy
Opções de artigo
Ferramentas