HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
Mais dadosO linfoma de Hodgkin (LH) é uma neoplasia linfoproliferativa de células B, cuja incidência apresenta um pico entre adolescentes e adultos jovens, impactando indivíduos em fases cruciais de construção pessoal, acadêmica e profissional. Embora os avanços terapêuticos tenham elevado as taxas de cura, os efeitos físicos e emocionais do diagnóstico e do tratamento podem provocar alterações psicossociais importantes. Questões como infertilidade potencial, alterações na imagem corporal, interrupção dos estudos e afastamento social são frequentes, favorecendo quadros de ansiedade, depressão e medo de recidiva. Compreender esses impactos é essencial para o desenvolvimento de estratégias de suporte integradas ao tratamento oncológico, visando uma assistência mais humanizada.
ObjetivosRevisar a literatura científica sobre os impactos psicossociais vivenciados por pacientes jovens diagnosticados com linfoma de Hodgkin e analisar como esses fatores influenciam sua qualidade de vida durante e após o tratamento.
Material e métodosFoi realizada uma revisão narrativa da literatura nas bases PubMed, Embase e Scopus, utilizando os descritores: “Linfoma de Hodgkin”, “qualidade de vida”, “impacto psicossocial” e “jovens adultos”, combinados pelos operadores booleanos AND e OR. Foram incluídos artigos publicados entre 2019 e 2024, nos idiomas português, inglês e espanhol.
Discussão e conclusãoA literatura analisada aponta que os jovens com LH apresentam altos índices de sofrimento psicológico, sendo comuns sintomas depressivos e de estresse pós-traumático, que podem persistir mesmo após a remissão da doença. A interrupção da vida acadêmica ou profissional, a insegurança quanto ao futuro e a dificuldade de reintegração social são fatores agravantes, frequentemente exacerbados por mudanças na aparência física e pelo medo de infertilidade. Embora o suporte familiar e médico seja amplamente reconhecido como crucial para esses pacientes, diversos estudos ressaltam a falta de preparo das equipes de saúde para lidar com as demandas psicossociais específicas dessa faixa etária. Nesse contexto, intervenções multidisciplinares, o acompanhamento psicológico precoce e a participação em grupos de apoio mostraram resultados positivos na melhora da qualidade de vida e na retomada de projetos pessoais e profissionais. Os impactos psicossociais do linfoma de Hodgkin em jovens são significativos e, muitas vezes, subestimados na prática clínica. Incorporar estratégias psicossociais estruturadas ao plano terapêutico é fundamental para promover a qualidade de vida e favorecer a recuperação integral do paciente, indo além da perspectiva de cura biológica e considerando o bem-estar global.




