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Vol. 44. Núm. S2.
Páginas S78-S79 (Outubro 2022)
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UTILIZAÇÃO DO TEMPO DE POSITIVAÇÃO DE HEMOCULTURAS PARA ADEQUAÇÃO ANTIMICROBIANA EM PACIENTES ONCO-HEMATOLÓGICOS
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M Garnicaa,b, BL Gaioa, GSA Netoa, AT Batistaa, S Dalcolmoa,b, A Maiolinoa
a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
b Complexo Hospitalar de Niterói (CHN-DASA), Niterói, RJ, Brasil
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As infecções de corrente sanguínea (ICS) são frequentes em pacientes em tratamento para doenças onco-hematológicas, em especial os neutropenicos febris. A realização de hemoculturas é essencial para a definição diagnóstica e ajuste de terapêutica, com o intuito de reduzir mortalidade e otimizar uso de antimicrobianos. A automação do processo trouxe agilidade para o resultado parcial e possibilita a mensuração do tempo para positivação (TPP). Neste estudo analisamos o TPP de hemoculturas coletadas em uma população de pacientes hospitalizados em tratamento de doenças onco-hematológicas e/ou submetidos a transplante de medula óssea (TMO). Trata-se de coorte prospectiva de pacientes com doenças onco-hematológicas hospitalizados, entre o período de 2020 a 2021, incluindo pacientes submetidos a TMO autólogo e alogenico. Foram revistas as hemoculturas coletadas no período. Os eventos foram classificados em infecção de corrente sanguínea (ICS), e excluídas culturas consideradas com contaminação de coleta (identificação de agente colonizante de pele em apenas uma amostra). Definiu-se o TPP o tempo entre a admissão ao laboratório e a positivação do meio. Na rotina coleta-se frascos de hemocultura aeróbio e anaeróbio do sangue periférico e das vias do cateter venoso central. Considerou-se para esta análise o TTP do frasco que obteve a positivação mais rápida. Comparou-se o TTP entre diferentes tipos de ICS: por agentes Gram-negativos (GN), Gram-positivos (GP) e candidemias, e a presença de agente GN multirresistente (produção de ESBL ou resistência a carbapenema). No decorrer do estudo foram analisados um total de 133 ICS, sendo 65 (49%) em portadores de leucemia aguda (49%) e 103 (77%) em pacientes submetidos a TMO. Um total de 124 ICS por agente único e nove polimicrobianas. Gram negativos (GN), Gram positivos (GP) e candidemias foram 75 (60%), 50 (40%) e 8 (6%), respectivamente. O tempo mediano de positivação foi de 28 horas (variando de 1 a 77 horas), sendo em 47 (35%) dos eventos menor que 24 horas, 71 (53%) entre 24 e 48h e em 11 (8%) entre 48 e 72h, respectivamente. A mediana do TPP nas ICS por GN foi 25 horas vs. 32h nas GP e 33h nas candidemias (p = 0.013). TPP < 48 horas foi identificado em 88% das ICS por BGN, 89% das ICS por CGP e 100% das candidemias. O tipo de frasco primeiro positivar sofreu influência dos diferentes tipos de ICS. Nas candidemias, o frasco de aeróbio foi o mais rápido (p = 0.03). Nas ICS por enterobactérias, o menor TPP foi mais frequente nos frascos de anaeróbio (p = 0.01). Em relação ao local de coleta (sangue periférico vs. cateter), não houve diferença. Dentre as 21 ICS por GN MDR, não houve diferença no TPP comparando GN MDR vs. GN não MDR (23h vs. 23h; p = NS) e todas ICS por GNMDR tiveram TPP <48h. Conclui-se que em cerca de 90% das ICS o TPP foi menor que 48h. Não houve ICS por GN MDR com TPP > 48h. Houve benefício na coleta pareada (aeróbio e anaeróbio), e a coleta via cateter não foi inferior em relação a periférica para o desfecho analisado. O TPP mostrou-se uma ferramenta de uso prático para adequação de condutas antimicrobianas empíricas nesta população hematológica de alto risco.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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