HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
Mais dadosA terapia com linfócitos T portadores de receptor antigênico quimérico (CAR-T) surgiu como uma alternativa promissora no cenário das neoplasias hematológicas potencialmente fatais, refratárias e recidivantes, particularmente nos linfomas e leucemias de células B.
ObjetivosAnalisar a eficácia da terapia CAR-T em doenças hematológicas, identificar suas principais limitações clínicas e discutir estratégias para superar desafios, visando ampliar seu uso terapêutico.
Material e métodosAs informações contidas neste trabalho foram coletadas através de revisão da literatura, nas plataformas PubMed e Scielo.
ResultadosA terapia com células CAR-T avançou significativamente no tratamento de neoplasias hematológicas recidivantes ou refratárias, especialmente cânceres de células B e mieloma múltiplo, com altas taxas de resposta observadas com o uso de construtos anti-CD19 e anti-BCMA. No entanto, diversas limitações dificultam seu uso clínico mais amplo. Apesar das melhorias na sobrevida livre de progressão, a recidiva continua sendo um dos principais desafios, associado a escape de antígenos, exaustão de células T e microambiente tumoral imunossupressor. A terapia com células T-CAR demonstrou a maior eficácia em neoplasias malignas de células B, alcançando altas taxas de remissão e respostas duradouras. No mieloma múltiplo, também houveram taxas de resposta de até 86%. Em contraste, as taxas de resposta na Leucemia Linfocítica Crônica (LLC) e na Leucemia Mieloide Aguda (LMA) foram modestas. Na LLC, a disfunção das células T e a persistência limitada prejudicam a eficácia, enquanto a LMA representa um grande desafio devido à falta de antígenos específicos da doença e ao risco de toxicidade fora do alvo. De modo geral, o sucesso das células T CAR varia de acordo com a doença, e sua expansão futura depende da identificação aprimorada do alvo, de estratégias de engenharia e de validação clínica, complexidades e custos de fabricação também limitam a acessibilidade. A produção de CAR-T autólogo é demorada e cara, e embora inovações como sistemas modulares por exemplo MASTER, métodos de transdução mais seguros como o chRDNA e produtos alogênicos prontos para uso visem reduzir essas barreiras, a expansão futura da terapia CAR-T depende de melhor identificação de alvos, estratégias de engenharia e validação clínica.
Discussão e conclusãoA recidiva após terapia com células CAR T ainda é um desafio pois o escape antigênico torna o tumor inviável a terapia, ocorre também estimulação crônica das células CAR-T por antígenos persistentes, além de sinalização tonicamente estimulante, que culminam com exaustão e perda de função efetivas, e por último, o metabolismo tumoral adverso também compromete a sobrevivência e função das células CAR-T. Em relação a eficácia, enquanto nas neoplasias de células B as remissões são robustas e duradouras, os resultados na LLC e LMA que são modestos. Isso se deve a disfunção e a persistência limitada das células T na LLC, e a ausência de antígenos específicos e o risco de toxicidade fora do alvo na LMA, que limitam o sucesso terapêutico prejudicando os resultados. Dessa forma, os resultados e dados existentes comprovam o papel de destaque da terapia CAR-T. Seu desenvolvimento clínico dependerá de estratégias que superem os desafios encontrados, validando novos alvos de tecnologia, que sejam eficazes, seguros e econômicos em larga escala.




