
Analisar o perfil do suporte transfusional de duas Agência Transfusionais localizadas em Hospitais Gerais privados, para pacientes submetidos a Transplante de Medula Óssea (TMO).
Material e métodosEstudo descritivo, observacional e transversal, que avaliou o perfil das transfusões em pacientes submetidos a TMO quanto ao diagnóstico, sexo e idade dos pacientes, o quantitativo transfusional e à necessidade de terapia intensiva. Os dados foram obtidos do sistema software das Agências Transfusionais-GSH, localizadas em dois Hospitais Gerais privados, em Recife-PE, no período de janeiro 2023 a dezembro de 2023. Foi realizada a análise descritiva dos dados por meio de frequências absolutas, percentuais e utilização da média e mediana.
ResultadosA Agência Transfusional número 1 prestou suporte transfusional à 17 pacientes, com mediana de idade de 61 anos e 59% do sexo feminino. Quatro pacientes atendidos tinham histórico de transfusão antes do TMO e apenas um precisou de suporte em unidade intensiva, o mesmo tendo desfecho de óbito. Todos os transplantes foram autólogos, com diagnósticos de Mieloma Múltiplo (9), Linfomas (6) e Leucemias Agudas (2). Das transfusões 148 transfusões realizadas 63% se tratavam de Concentrados de Plaquetas. A Agência Transfusional número 2 prestou suporte transfusional à 7 pacientes, com mediana de idade de 65 anos e 86% do sexo feminino. Cinco pacientes atendidos tinham histórico de transfusão antes do TMO, dois dos pacientes precisaram de suporte em unidade intensiva e os mesmos tiveram desfecho de óbito. Quatro transplantes foram autólogos, com diagnósticos de Mieloma Múltiplo e três halogênicos, sendo um haploidêntico, com diagnósticos de Leucemia Mieloide Agudas (LMA). Das transfusões 232 transfusões realizadas 68% se tratavam de Concentrados de Plaquetas. Nos pacientes com diagnóstico de Mieloma Múltiplo apresentaram menor necessidade de suporte transfusional pós-TMO (média de 6 transfusões) e todos tiveram desfecho de alta. Os dois pacientes com maior suporte transfusional (> 50 transfusões) eram da segunda unidade, ambos com diagnóstico de LMA, um TMO Alogênico e um Alogênico Haploidentico, e com necessidade de terapia intensiva evoluindo para óbito.
DiscussãoNo comparativo das duas unidades, observamos diferença no número de pacientes atendidos, apesar da primeira Agência Transfusional acompanhar um número maior de pacientes, a segunda acompanhou pacientes com maior demanda de suporte transfusional. O perfil transfusional dos pacientes pós TMO foi semelhante ao descrito na literatura, com predominância de transfusões de Concentrado de Plaquetas e desfecho positivo para os pacientes com diagnóstico de Mieloma Múltiplo. A literatura mostra, ainda, maior consumo de hemocomponentes em TMO com diagnóstico de LMA devido às complicações infecciosas.
ConclusãoA compreensão do perfil e da complexidade dos pacientes em TMO atendidos por uma Agência Transfusional é importante dimensionamento do suporte transfusional. Essa informação auxilia na definição e abastecimento de estoque, no manejo transfusional assertivo, garantindo atendimento das solicitações de transfusão, bem como na gestão dos recursos financeiros e otimização da rotina de trabalho.