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Vol. 44. Núm. S2.
Páginas S620-S621 (Outubro 2022)
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RESIDÊNCIA MÉDICA: O PARENTESCO INFLUENCIA NESSA DECISÃO?
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GC Vieiraa, AX Pontea, TA Nunesa, JVOL Ribeiroa, JPO Gomesa, IV Bastosa, LBB Maltaa, ATO Raaba, MPP Oliveiraa, A Noninob
a Universidade Católica de Brasília (UCB), Brasília, DF, Brasil
b Centro de Càncer de Brasília (Cettro), Brasília, DF, Brasil
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Introdução e Objetivos

É discutido na medicina a influência em se ter um familiar próximo de determinada especialidade na escolha dos acadêmicos pela residência na mesma área. Muitas vezes é esperado que os filhos sigam as especialidades dos pais ou parentes. Assim, questiona-se se a existência de um parente na área de hematologia seria um fator de influência positiva na escolha dos acadêmicos pela especialidade. O presente trabalho objetiva portanto analisar essa possível relação.

Metodologia

Foi realizado um estudo descritivo, qualitativo e quantitativo, através da aplicação de questionários online. Em 2020 foram abordados 558 participantes das ligas de Hematologia do Brasil, sendo a taxa de resposta 61,4% (343). Os dados quantitativos foram analisados realizando-se o teste Fisher para comparar as proporções de cada evento, bem como a independência entre as variáveis. Foram definidas as seguintes hipóteses: H0 ‒ Não há associação entre as variáveis parentesco com algum hematologista e intenção de especialização. H1 ‒ Há associação entre as variáveis parentesco com algum hematologista e intenção de especialização. O p-valor do teste exato de Fisher foi p=0,35. Essa pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética da instituição proponente sob CAAE 24510719.2.0000.0029.

Resultados

Poucos são os alunos que possuem parentesco com algum hematologista, tanto entre os que pretendem especializar-se na área, quanto entre os que não o pretendem. Dentre a primeira categoria, apenas 2,69% possuem algum parentesco, enquanto que na segunda, o valor aumenta para 4,9%; contestando a relação entre a escolha da especialidade com a presença de parentesco. Além disso, o resultado do teste fisher realizado, para verificar a presença ou ausência da associação entre as variáveis parentesco com algum hematologista e intenção de especialização, indicou um p-valor de 0,35, e não rejeita a hipótese nula, podendo afirmar, com um nível de significância de 5% que não existe associação entre as variáveis parentesco com algum hematologista e intenção de especialização em hematologia.

Discussão

A escolha de determinada especialidade médica é aparentemente mais relacionada às características pessoais do estudante do que influenciadas pela imagem cultivada sobre determinada especialidade ao longo da vida. A pesquisa realizada por Corsi (2004) mostrou que a decisão por uma especialidade é influenciada,principalmente, por fatores que determinam o estilo de vida médico (como retorno financeiro e relação médico-paciente) e pela preocupação com a oportunidade de emprego. Em consonância com o estudo feito por Cruz (2010), no qual apenas 17,1% dos estudantes entrevistados deram importância à influência familiar na escolha da especialidade médica.

Conclusão

A análise estatística dos dados demonstra que não existe associação entre optar por hematologia e ter parentesco com um hematologista, indo de encontro com os estudos que apontam pouca influência dessa relação familiar e rejeitando a crença popular da influência do parentesco.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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