
A transfusão é um processo de transferir o sangue ou seus hemocomponentes para um indivíduo. Ao ser indicada adequadamente, se torna uma prática essencial para o atendimento a pacientes em condições clínicas que não podem ser amparadas com outras tecnologias de saúde. Devido a isso, a disponibilidade de hemocomponentes em hospitais se tornou um fator de extrema importância para a saúde da população, em especial aos diagnosticados com doenças hematológicas ou onco-hematológicas. Dessa forma, para assegurar um quantitativo adequado de hemocomponentes, torna-se imprescindível compreender qual o quantitativo desses que são mais utilizados em cada local.
ObjetivoDescrever a prevalência de transfusões de hemocomponentes em pacientes hematológicos e onco-hematológicos tratados em um centro de referência do estado do Amazonas.
MétodosTrata-se de um estudo descritivo e transversal de abordagem quantitativa que descreve a prevalência dos hemocomponentes mais transfundidos durante o ano de 2022 em pacientes hematológicos e onco-hematológicos atendidos no setor de transfusão de um centro de referência do estado do Amazonas.
ResultadosForam realizadas 3.994 transfusões no ano desse estudo. Dessas, (78,4%) foram concentrados de plaquetas irradiadas (CPI), (8,3%) concentrados de hemácias filtradas e irradiadas (CHFI), (4,6%) concentrado de hemácias irradiadas (CHI).
DiscussãoO hemocomponente mais transfundido no ano do estudo foi o CPI. As plaquetas são pequenos fragmentos do citoplasma dos megacariócitos e, quando ativadas, se aderem ao endotélio vascular lesado e/ou a outras plaquetas, formando agregados que têm como função a prevenção ou a interrupção do sangramento. Logo, a transfusão de concentrados de plaquetas é fundamental para o controle e prevenção de hemorragias em pacientes trombocitopênicos. A irradiação de hemocomponentes como este é realizada para a prevenção da doença do enxerto versus hospedeiro associada à transfusão. Além disso, essa alta demanda do CPI deve-se ao perfil de pacientes atendidos nessa unidade hospitalar. pois, dentre as indicações do CPI temos: aplasia de medula pós-quimioterapia e/ou pós radioterapia incluindo transplante de medula óssea; trombocitopenia em anemias aplástica e síndromes mielodisplásica.
ConclusãoHouve um alto índice de transfusão de CPI devido suas indicações clínicas que coincidem com o perfil dos pacientes tratados na instituição do estudo. Este dado auxilia a instituição que ao conhecer sua prevalência transfusional pode traçar melhor o planejamento em relação a demanda de hemocomponentes para o banco de sangue do hospital.