O câncer apesar de todas informações e avanço da ciência ainda apresenta estigmas e dúvidas acerca do diagnóstico e tratamento, gerando impacto significativo na vida do paciente e familiares. Quando este câncer é do sangue, existe uma complexidade, como: ansiedade com início do tratamento; alteração nas atividades diárias e suas redes de relacionamentos; rotina de consultas e exames; desafio financeiro, acesso ao tratamento e medicações de alto custo. Estas complexidades podem gerar urgências emocionais, que precisam ser acolhidas por profissionais especializados. A busca dos pacientes pelo serviço da psicologia, tem sido crescente. Diante disso, surge o plantão psicológico como estratégia para o suporte a estas urgências e situações de crise, facilitando no enfrentamento e adaptação da jornada, além da redução da fila de espera.

O objetivo deste resumo é trazer informações quanto ao plantão psicológico, para pacientes em uma associação especializada em câncer do sangue de São Paulo.

Estudo descritivo quanto à implementação da modalidade de atendimento do plantão psicológico para pacientes diante do aumento na busca pelo serviço. Os pacientes são encaminhados para o plantão a partir da busca espontânea ou da identificação dos atendentes do setor do apoio ao paciente, a partir de contextos complexos, como: diagnóstico recente; pré e pós TMO; mudança de protocolo de tratamento; recidiva e progressão de doença. A psicóloga responsável e os voluntários do serviço realizam o atendimento, on-line, em único encontro como seu eixo principal, com tempo pré -determinado de até 60 minutos e de acordo com a necessidade identificada. Este paciente podia fazer nova busca pelo plantão psicológico quando surgir necessidade.

Redução de até 85% da fila de espera, de abril de 2023 à abril de 2024, com total de 274 atendimentos realizados, com impacto a 140 pacientes. Os pacientes encaminhados se encontravam 50% na fase inicial do diagnóstico e 22,9% em tratamento ativo, com prevalência de 19,5% na jornada de tratamento para Linfoma de Hodgkin (LH) com 19,5%, seguido da Leucemia Mielóide Crônica (LMC) com 18,8%; Linfoma Não Hodgkin (LNH) com 14,8% ; Mieloma Múltiplo (MM) com 7,8%. Nota-se que os pacientes encaminhados para o serviço estavam no início da jornada oncológica, em que o cenário é desconhecido e permeado por dúvidas e, consequentemente, ansiedade. Os atendimentos contribuíram com os desafios da comunicação em saúde; adesão ao tratamento; adaptação e enfrentamento; identificação de encaminhamentos necessários para outros serviços e integração do atendimento em uma rede de suporte mais ampla.

O plantão psicológico alcançou mais que o esperado de uma estratégia da clínica ampliada e redução da fila de espera, promoveu um atendimento especializado na oncologia, específico câncer no sangue. A experiência dos profissionais, trouxe segurança e confiança, o que favoreceu a organização e elaboração das urgências emocionais, em todas as fases do tratamento. O plantão psicológico contribuiu com o bem estar e qualidade de vida de pacientes com câncer no sangue. Revelou sua importância no cenário da saúde mental, da oncologia e a necessidade de seguir com este serviço.