
O contexto oncológico traz a necessidade de uma assistência multiprofissional e diversas intervenções de cuidado em toda a jornada de tratamento, Esta jornada,em específico do câncer no sangue, afeta as bases de segurança. Emoções ambíguas surgem e com elas preocupações nas diversas esferas da vida, interferindo na percepção deste contexto, como enfrentará a doença e tudo que envolve seu cuidado. Neste contexto, o psicólogo pode contribuir, desde o diagnóstico, em diversas fases da jornada oncológica, oferecendo a tríade (paciente, equipe e família) suporte emocional para o enfrentamento da doença em instituições de saúde e de apoio ao paciente. A especificidade oncológica levanta a necessidade de profissionais que sejam experientes na área, devido à complexidade do tratamento.
ObjetivoTrazer informações quanto ao perfil e encaminhamentos dos pacientes que buscam pelo serviço da psicologia, de uma associação social de apoio ao paciente com câncer no sangue e familiares.
MétodosEstudo descritivo quanto ao perfil e encaminhamentos dos pacientes e familiares às modalidades de atendimento psicológico no período de 2023 à Junho de 2024. O paciente e/ou familiar buscava o serviço de psicologia pelo formulário no site ou canal telefônico. A equipe do departamento do apoio ao paciente realizava o acolhimento e abertura do cadastro de atendimento no sistema com os dados pessoais, diagnóstico, local de tratamento e queixa. Então, era direcionado para a fila do serviço de psicologia. Estando nesta fila, a psicóloga responsável verificava a descrição da busca e encaminhava para a triagem, em que ela e voluntários realizavam a coleta de dados, hipóteses diagnósticas e verificava o encaminhamento para a queixa apresentada. As modalidades de atendimentos, online eram: psicoterapia breve e grupo terapêutico para pacientes; plantão psicológico para pacientes e familiares; grupo de acolhimento ao luto.
Resultados e DiscussãoOs pacientes que buscaram pelos atendimentos correspondiam a 53,7% da região sudeste, seguido de 22% da região sul, com 12,8% da região Nordeste, 4% norte e 7,5% centro oeste. A faixa etária a partir dos 40 anos, sendo 12,8% de 40 a 45 anos. A prevalência de diagnósticos voltados para 22,1% Linfoma não Hodgkin, 16,8% Leucemia Mielóide Crônica, 16,9% Mieloma Múltiplo, 11,6% Linfoma de Hodgkin e 7,4% Leucemia Linfocítica Aguda. Relataram estar entre tratamento ativo e início deste, com 9,1% em remissão da doença e 6,5% pós transplante. O tratamento realizado, 52,8% no SUS. Os encaminhamentos realizados foram 21,1% para o plantão psicológico; 19,4% para psicoterapia breve; 9,7% grupo terapêutico; 9,3%, no momento da triagem, já estavam em acompanhamento psicológico externo; 8,4%, no momento da triagem, já não tinham mais interesse; 6,6% o paciente foi a óbito e o familiar encaminhado para o acolhimento ao luto, uma conquista da associação. É notável que prevaleceram pacientes no início do diagnóstico e tratamento ativo, com urgências emocionais, fase em que há o medo pelo desconhecido e representatividade do câncer. Observa-se que o atendimento on-line, facilitou o acesso aos serviços, além de ser uma alternativa para evitar o deslocamento dos pacientes diante das fragilidades do tratamento.
ConclusãoCompreende-se que essas intervenções podem fortalecer o apoio em saúde mental e emocional especializada dos pacientes e familiares em diversos contextos da jornada oncológica.