
Descrever o perfil epidemiológico dos pacientes diagnosticados com linfomas de células T cutâneas e periféricas no Brasil nos últimos 10 anos.
RelevânciaDados de base populacional são relevantes para entendimento do perfil epidemiológico dessas doenças, para elaboração de intervenções de saúde direcionadas.
Material e métodosEstudo ecológico realizado em maio de 2024 utilizando dados públicos referentes aos diagnósticos de linfomas de células T cutâneas e periféricas no Brasil entre os anos de 2014 a 2023. Os dados públicos foram obtidos do Painel de Oncologia Brasil e as variáveis selecionadas foram: sexo, faixa etária e casos. Não foi necessária a submissão ao Comite de Ética e Pesquisa pois são dados de acesso público. O programa Microsoft Excel foi utilizado para tabulação dos dados e cálculos realizados.
ResultadosForam diagnosticados 5145 casos de linfomas de células T cutâneas e periférica de 2014 a 2023 no Brasil, sendo 2840 (55.2%) do sexo masculino e 2305 (44.8%) do sexo feminino. Em relação à faixa etária, o maior número de casos foi registrado entre 55 e 64 anos, representando 21.8% (1124 casos), e o menor foi de 0 a 24 anos com 8.7% (450 casos). Entre os pacientes do sexo masculinos e feminino, observou-se o mesmo padrão nessas faixas etárias.
DiscussãoOs linfomas de células T cutâneas e periféricas são tipos de cânceres que afetam o sistema linfático e são originados das células T, um tipo de célula do sistema imunológico, sendo classificados com base em sua localização primária e características celulares. O padrão de predominância do sexo masculino em relação ao feminino observado no estudo é consistente com estudos internacionais, que frequentemente mostram uma maior incidência de linfomas de células T em homens. Os dados também sugerem que linfomas de células T cutâneas e periféricas têm uma prevalência mais elevada em indivíduos de meia-idade a idosos. Isso pode estar relacionado ao fato de que parte considerável de neoplasias malignas tende a se manifestar em adultos, possivelmente devido a fatores cumulativos de exposição a carcinógenos, alterações genéticas e processos de envelhecimento imunológico. É interessante observar que o padrão de prevalência por faixa etária é consistente entre os sexos, o que pode indicar que os fatores de risco para essas condições não variam significativamente entre homens e mulheres. No entanto, a diferença observada na distribuição por sexo sugere que pode haver fatores biológicos ou ambientais específicos que contribuem para uma maior incidência em homens.
ConclusãoO perfil epidemiológico dos linfomas de células T cutâneas e periféricas no Brasil entre 2014 e 2023 revela uma prevalência maior em homens e em faixas etárias mais avançadas, com um pico de casos na faixa etária de 55 a 64 anos. Esses achados são coerentes com a literatura existente e fornecem dados valiosos para a formulação de políticas de saúde pública e estratégias de intervenção direcionadas. A identificação de padrões de prevalência pode auxiliar na alocação de recursos e no desenvolvimento de programas de conscientização e triagem específicos para grupos de risco. No entanto, estudos adicionais são necessários para compreender melhor os fatores subjacentes ao aumento da incidência e para explorar possíveis diferenças regionais e temporais na prevalência desses linfomas.