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Informação da revista
Vol. 44. Núm. S2.
Páginas S336-S337 (outubro 2022)
Vol. 44. Núm. S2.
Páginas S336-S337 (outubro 2022)
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PERFIL DOS PACIENTE PEDIÁTRICOS COM RECAÍDA DE LEUCEMIA LINFOBLÁSTICA EM UM HOSPITAL PEDIÁTRICO DE REFERÊNCIA DE SANTA CATARINA
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A Nigro, JSF Donadel, APFF Winneschhofer
Hospital Infantil Joana de Gusmão (HIJG), Florianópolis, SC, Brasil
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Este artigo faz parte de:
Vol. 44. Núm S2
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Objetivos

Analisar o perfil clínico e epidemiológico dos pacientes com diagnóstico de recaída de Leucemia Linfoblástica Aguda (LLA) em acompanhamento em um hospital de referência em Santa Catarina.

Material e métodos

Estudo descritivo, retrospectivo, observacional e transversal, envolvendo crianças e adolescentes com diagnóstico de recidiva de leucemia linfoblástica aguda que foram acompanhados no serviço de oncologia pediátrica no Hospital Infantil Joana de Gusmão de Florianópolis dentre o período de janeiro/2010 a dezembro/2019. As informações foram obtidas a partir da revisão de prontuários médicos.

Resultados

Ao todo foram consideradas 29 crianças que apresentaram recaída de LLA e a média de idade ao diagnóstico foi de 5,5 anos, com predominância no sexo masculino. Devido à cronologia do estudo, a maior parte das crianças foi tratada dentro do protocolo Berlin-Frankfurt-Munich 2002 (BFM 2002). O subtipo B foi o imunofenótipo predominante (75.9%). A recaída medular isolada ou combinada ocorreu em 79,3% dos casos e a recaída extramedular combinada ou isolada em 20,7%. Os participantes foram estratificados em 3 subgrupos: recidiva muito precoce, precoce e tardia. As recidivas muito precoces constituíram 48.6% dos casos analisados e 31 % dos pacientes que recidivaram, apresentaram mais do que uma recaída. A recidiva medular isolada ou combinada foi a mais frequente e, dentre os sítios extramedulares, o SNC e testículo foram os mais encontrados. A mortalidade global foi de 68.9%, sendo o choque séptico a causa principal dos óbitos.

Discussão

A incidência de recidivas foi de 17.9% dos pacientes diagnosticados com LLA, coincidindo com a literatura nacional e internacional. A mortalidade global foi de 68.9% entre os pacientes com LLA recidivada, demonstrando que os dados do serviço de Oncologia Pediátrica do Hospital Infantil Joana de Gusmão equivalem aos dos demais centros de referência de tratamento oncológico. A mortalidade foi maior nos pacientes com acometimento medular inicial e naqueles classificados como de alto risco por ocasião do diagnóstico da LLA. A mortalidade também foi maior nos pacientes de idade mais avançada. A maior porcentagem de óbitos nos pacientes tratados dentro do protocolo ALL IC BFM 2002 em comparação com o total dos óbitos analisados, é provavelmente devida ao maior número de pacientes utilizando esse protocolo no momento do estudo. Discordando com as evidências disponíveis que apontam a progressão da doença como principal causa de óbito, observamos o choque séptico como causa de morte imediata em 60% dos pacientes estudados.

Conclusão

Após a análise dos dados e resultados, confirmamos a importância do presente estudo em auxiliar na identificação das características epidemiológicas dos pacientes com recidiva de LLA no Hospital Infantil Joana de Gusmão. A elevada taxa de mortalidade da doença após a recidiva faz evidente a relevância do diagnóstico precoce da doença e de seu manejo adequado.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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