Objetivo: O transplante hepático é um procedimento complexo e está sujeito a perda sanguínea volumosa durante o ato operatório e, logo, politransfusões são comuns. O objetivo deste trabalho foi avaliar o perfil dos exames pré-transfusionais dos pacientes na lista de candidatos a transplante hepático a fim de preparar o serviço de hemoterapia para uma possível politransfusão emergencial. Método: Realizou-se uma busca no sistema informatizado e-Delphyn dos pacientes cadastrados como candidatos a transplante hepático no período de setembro 2012 a julho de 2020. Foram avaliadas a idade dos pacientes, histórico de transfusão, grupo sanguíneo, classificação Rh (D), pesquisa de anticorpos irregulares (P.A.I) e teste direto antiglobulina (TAD). Resultados: No período estudado foram atendidos 73 pacientes candidatos a transplante hepático. Destes, 16 (22%) eram do sexo feminino e 57 (78%) do sexo masculino. A média de idade foi 59 anos. Referente ao histórico transfusional na instituição, 12 (16,5%) apresentavam transfusão anterior e 61(83,5%) não tinham histórico transfusional. Quanto a classificação ABO 46 (63%) pacientes eram do grupo sanguíneo O, 21 (28,8%) do grupo A, 5 (6,8%) do grupo B e 1 (1,4%) do grupo AB. Para a classificação Rh (D), 63 (86,3%) eram positivos e 10 (13,7%) eram negativos. Dos 73 pacientes analisados, 2 (2,7%) apresentaram P.A.I positivo, um paciente com aloanticorpo anti-Leea o outro com aloanticorpo anti-M. No TAD poliespecífico, 61 (83,5%) apresentaram resultados negativos e 12 (16,5%) positivos, sendo a intensidade de reação (1+ e 2+) e destes o TAD monoespecífico com presença de apenas IgG e teste de eluato negativo. Discussão: A avaliação prévia do perfil imunohematológico dos pacientes na lista de espera para o transplante hepático é fundamental para o sucesso de uma transfusão durante a cirurgia. O conhecimento dos exames pré-transfusionais e possíveis alterações é imprescindível para determinar a disponibilidade de sangue compatível com o paciente, risco de aloimunização e gestão do estoque, tendo em vista o caráter emergencial da disponibilidade de um órgão para transplante. Conclusão: Tendo em vista o potencial risco de aloimunização prévia e durante uma politransfusão sanguínea, é possível ter dificuldade em encontrar unidades compatíveis e em quantidade suficiente, o conhecimento prévio do perfil imunohematológico dos pacientes na lista de transplantes é crucial para um bom planejamento pré-operatório.
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