Introdução: A pesquisa de anticorpos irregulares detecta a presença de anticorpos antieritrocitários no soro ou plasma. Quando apresenta resultado positivo, a especificidade do anticorpo deve ser identificada através de reagentes de hemácias comerciais, que contenham pelo menos 8 a 10 hemácias com composição antigênica conhecida para os principais grupos sanguíneos. Objetivos: Revisar e analisar criticamente os perfis de anticorpos irregulares encontrados (entre os anos de 2017, 2018 e 2019) em pacientes de um serviço de hemoterapia de um hospital universitário da região sul do país visando melhorar a conduta e o manejo técnico de casos complexos ou até mesmo evitá-los. Material e métodos: Estudo retrospectivo descritivo com levantamento de dados baseado em revisão de painéis de identificação de anticorpos irregulares de pacientes em um período de 3 anos, entre 2017 e 2019, com criação de banco de dados no Excel, associado à revisão da literatura em bases de artigos científicos, buscando informações sobre os anticorpos irregulares e suas possíveis associações. A busca de artigos nas bases de dados foi limitada a publicações com indexadores como identificação de anticorpos irregulares, imuno-hematologia e associações de anticorpos. Resultados: Foram realizadas, no período citado acima, 275 tentativas de identificação de anticorpos irregulares, tendo sido encontrados 209 anticorpos irregulares isolados e/ou associados. Das 275 tentativas, 60% tiveram sua identificação concluída e 40% demandaram testes subsequentes realizados em instituições parceiras. Para este trabalho, os testes subsequentes não serão abordados e os painéis inconclusivos não foram contabilizados. Dentre os 209 anticorpos irregulares identificados, houveram 63 anti-D; 14 anti-C; 32 anti-E; 11 anti-Dia; 23 anti-c; 5 anti-Jk; 8 anti-Fya; 36 anti-K; 5 anti-M; 4 anti-Lea; 2 anti-Kpa; sendo que anti-Lub, anti-Fyb, anti-Jkb, anti-Cw, anti-k e anti-Leb foram identificados somente uma vez cada. Discussão: Foi possível constatar que tivemos uma alta frequência de anti-D e anti-K, anticorpos estes, não por acaso, considerados os dois mais imunogênicos. Na sequência, anti-E, anti-c e anti-C foram os anticorpos mais comumente identificados nos pacientes em questão. Os dados observados demonstram que os pacientes do serviço de hemoterapia expressam um perfil de anticorpos irregulares comum e representativo na prática transfusional. É razoável inferir que o padrão encontrado reflete as frequências de antígenos na região atendida, visto que permaneceu constante durante o período de três anos. Conclusão: Os anticorpos que foram identificados mais frequentemente são considerados os mais importantes na prática clínica (sistema Rh e Kell), não diferindo significativamente do relatado em outros estudos no Brasil. A sua correta identificação é imprescindível para a segurança transfusional, tendo em vista o potencial para reações transfusionais hemolíticas e Doença Hemolítica Perinatal.
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