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Informação da revista
Vol. 44. Núm. S2.
Páginas S430 (outubro 2022)
Vol. 44. Núm. S2.
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Open Access
PERFIL DE REAÇÕES TRANSFUSIONAIS OCORRIDOS EM RECÉM-NASCIDOS E LACTANTES INTERNADOS NO CENTRO UNIVERSITÁRIO INTEGRADO AMAURY DE MEDEIROS
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FPS Lopesa, ACM Silvaa,b, NAA Paivaa,b, ACCS Ramosa,c, GJB Albertima,b, LC Correaa,b
a Centro Universitário Integrado de Saúde Amaury de Medeiros (CISAM), Recife, PE, Brasil
b Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco, Recife, PE, Brasil
c Fundação de Hematologia e Hemoterapia de Pernambuco (HEMOPE), Recife, PE, Brasil
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Este artigo faz parte de:
Vol. 44. Núm S2
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Objetivos

Delinear o perfil das reações transfusionais (RT) dos recém-nascidos (RNs) e lactentes internados no Centro Universitário Integrado de Saúde Amaury de Medeiros (CISAM).

Material e métodos

Estudo transversal retrospectivo realizado através de busca ativa de RT pela equipe de hemovigilância da agência transfusional (AT) diariamente, num serviço especializado no cuidado materno - infantil. Foram coletados dados das solicitações de transfusão sanguínea, livros de registro interno de RT e as notificações realizadas no NOTIVISA, no período de setembro de 2019 a julho de 2022. Os dados foram organizados e processados em Microsoft Office Excel e analisados por estatística simples.

Resultados

Detectaram-se 13 RT no período, ocorridas em 13 pacientes. Destas, 02 em 2019; 02 em 2020; 04 em 2021; e 05 em 2022. O principal hemocomponente transfundido foi o concentrado de hemácias desleucocitado e irradiado; o principal setor solicitante foi a Unidade de terapia intensiva neonatal. O tipo sanguíneo ABO/RH mais frequente dos pacientes foi O positivo. As idades de maior ocorrência de RT foram de 1-15dias para RNs e 1 a 2 meses para lactentes; o sexo masculino foi o mais afetado; os horários de ocorrência de RT foram: 00:00h - 03:00h e 12:00h – 15:00h. O tempo decorrido entre o início da transfusão e detecção da RT variou de 1-2 h e 5-6 h; em 04 casos não havia o registro. Os principais diagnósticos pré-transfusionais foram anemia, plaquetopenia, sepse e broncodisplasia. Dentre as 13 RT, 11 casos foram solicitações de urgência. Quatro pacientes nunca haviam recebido transfusões, enquanto quatro haviam recebido menos de 5 transfusões anteriores.As principais manifestações clínicas foram febre (9/13) e cianose (3/13); houve 9 reações febris-não hemolíticas, 02 lesões pulmonares associadas à transfusão e 02 casos classificados como outras RT. O tempo médio entre a data da RT e a notificação foi de 14 dias. Houve condutas variadas diante das RT, havendo 30% de manutenção da transfusão e uso de antitérmicos. Apenas 01 RT não foi notificada a NOTIVISA.

Discussões

Foi demonstrado um incremento anual ao registro de RT, o que pode estar relacionado à existência de um programa de busca ativa de RT no serviço. O horário de ocorrência coincide com os horários de menor vigília das equipes de saúde, o que nos faz reforçar a recomendação de realizar transfusões preferencialmente no período diurno. As RT acontecem em tempo variável, após iniciada a transfusão. É importante a observação que dentre as 13 RT, onze foram solicitações de urgência. A diversidade de condutas adotadas pode expressar o não reconhecimento imediato de RT e subnotificação, o que está em acordo com a literatura, ou a necessidade de treinamento mais frequente das equipes quanto ao reconhecimento e manejo clínico. A interrupção de transfusão diante de RT deve ser a conduta adotada com mais frequência, devendo-se utilizar antitérmicos em casos de RFNH, quando é possível continuar a transfusão.

Conclusões

O estudo permitiu uma melhor compreensão das RT e trouxe um importante direcionamento às atividades da agência transfusional, apresentando um incremento no reconhecimento e notificações das RT por parte da equipe, o que viabilizará uma maior segurança dos pacientes submetidos à transfusão sanguínea.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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