Introdução: O linfoma de Hodgkin (LH) constitui neoplasia linfoproliferativa de elevado interesse médico-científico, com incidência estável nas últimas cinco décadas. O diagnóstico precoce do LH é fundamental para melhor planejamento e desfecho terapêutico, enquanto o subtipo histológico e estadiamento tem papel primordial na seleção da terapêutica. Objetivo: Descrever o perfil clínicos dos LH tratados em instituição médica especializada em hematologia do interior do estado de São Paulo. Material e métodos: Estudo descritivo, restrospectivo e observacional realizado a partir de dados obtidos por meio da análise de prontuários eletrônicos de portadores de LH admitidos e atendidos de janeiro de 2012 a dezembro de 2019 em serviço médico especializado em hematologia do interior paulista. As amostras anatomopatológicas foram avaliadas morfologicamente com coloração por hematoxicilina e eosina e perfil imuno-histoquímico de acordo com a classicação da OMS para neoplasmas linfoides. Incluídos pacientes vivos, maiores de 18 anos, portadores de LH, com confirmação patológica. Excluídos pacientes sem seguimento regular, com dados incompletos, que evoluíram a óbito antes do término da coleta de dados, menores de 18 anos e sem confirmação patológica. Dados comparados com informações disponíveis na literatura científica especializada, obtida nas bases de dados Medline (acessada via PubMed), Scielo, Scopus, Lilacs e Cochrane Library. Resultados: Dos 188 pacientes admitidos na instituição, 126 preencheram critérios de inclusão para participar deste estudo. O ano de mais admissões foi 2018 (25 pacientes) e o de menor foi 2013 (oito). Do total, 83 eram masculinos e 43 femininos. Idade média de 28 anos (19 - 81); 101 pacientes (80,15%) apresentaram adenomegalia. Sintomas B estiveram presentes em 71 pacientes (56,34% dos casos). O estadiamento de Ann-Arbor se apresentou como 2/126 (1,58%), 19/126 (15,07%), 66/126 (52,38%), 39/126 (30,95%) como estágios I, II, III e IV, respectivamente. Os 2 casos Ann-Arbor I. eram alocados como Cotswold I. enquanto os casos Ann-Arbor IV. corresponderam a Cotswold IV. A maioria dos pacientes era portador do subtipo esclerose nodular (72 casos; 57,14%), seguido de celularidade mista (35; 27,77%), depleção linfocitária (14; 11,11%) e, por fim, predominância linfocitária (5; 3,98%); 78% dos pacientes submeteram-se a tratamento quimioterápico (protocolo ABVD) sendo que, destes, 45% realizaram progressão para protocolo BEACOPP padrão. Dos pacientes tratados com quimioterapia, 19% seguiram com radioterapia. Três pacientes com estádio IA fizeram radioterapia exclusiva. Pacientes que não realizaram quimioterapias foram submetidos a cuidados paliativos, todos estando em Ann-Arbor e Cotswold IV. Discussão: Nossos dados respeitaram a distribuição do LH, apresentaram picos de incidência entre 20-30 anos e 50-60 anos, com predomínio do primeiro pico em nosso estudo. O subtipo histológico mais comum encontrado foi esclerose nodular, em concordância com os dados científicos. A ocorrência de sintomas B foi maior do que a registrada na média global, a qual usualmente ocorre em 35% dos casos. Poucos casos diagnosticados no estádio mais precoce (I) são comuns em diversos estudos epidemiológicos. Conclusão: O subtipo de LH mais comum em nossa instituição foi esclerose nodular. A maioria dos estadiamentos ter sido III e IV evidencia a necessidade de notificação, prevenção, diagnóstico e controle de novos casos de LH.
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