
Analisar as notificações de reações transfusionais ocorridas em 2021 no ambulatório de transfusão e nas unidades associadas a um hemocentro do Estado do Ceará a partir da implementação de um novo formulário para investigação de suspeita de reações transfusionais.
Material e métodosPesquisa descritiva e exploratória com abordagem quantitativa, coleta de dados realizada nos formulários para investigação de suspeita de reações transfusionais do serviço de hemovigilância do Hemoce no período de janeiro a dezembro de 2021, com amostra de 85 notificações de hospitais credenciados ao hemocentro de Fortaleza. Os dados foram agrupados e tratados em planilha do programa Microsoft Office Excel 2010 e depois consolidadas em gráficos para análise.
ResultadosEm 2021 foram 85 notificações de um total de 5.035 transfusões, equivalente a 1,68%. O perfil dos pacientes notificados foi: 34 (40%) homens e 51 (60%) mulheres; de um ano a 84 anos. O perfil das reações foi: quanto ao tempo de aparecimento: imediatas 55 (64,7%) tardias 30 (35,3%); quanto a gravidade: leves 70 (82%) moderadas 13 (15%) graves 2 (3%); quanto ao hemocomponente envolvido: 04 plasma, 14 plaqueta, 54 hemácia; onde 13 notificações foram aloimunizações, quanto à situação da investigação foram identificadas como prováveis 42 (49,4%), inconclusivas 03 (3,5%), confirmadas 15 (17,6%), possíveis 17 (20%), improváveis 01 (1,2%) e descartadas 07 (8,2%).
DiscussãoAcredita-se que, nas unidades associadas ao hemocentro de Fortaleza, a subnotificação ainda seja presente, mesmo com a realização de treinamentos, campanhas de estímulo e acompanhamento das notificações através de indicadores assistenciais mensais. É necessário ainda investir energias para monitoramento e detecção precoce para que as equipes se sintam seguras para notificação. Não foram observadas diferenças significativas quanto ao sexo, mas uma grande variação quanto à faixa etária. Com relação aos hemocomponentes, as hemácias lideram a ocorrência de reações transfusionais devido ao uso e/ou presença dos antígenos que podem sensibilizar o receptor, além de ser o principal componente transfundido. Todas as transfusões foram alogênicas e as reações notificadas foram predominantemente leves.
ConclusãoObservou-se que a correta identificação dos sinais e sintomas, a correlação com a classificação dessas reações, a avaliação da causalidade e gravidade das mesmas colaboram para a melhoria da segurança do paciente e para as condutas adequadas diante das notificações realizadas pelo serviço de hemovigilância no sistema da Vigilância Sanitária – NOTIVISA.