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Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
ID – 2093
Acesso de texto completo
PERFIL CLÍNICO-EPIDEMIOLÓGICO E SOBREVIDA DOS PACIENTES COM MIELOMA MÚLTIPLO ACOMPANHADOS EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO NO RIO DE JANEIRO
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A Mazza Baumeier Merhya, KG Frigottoa, IC Rosa Diogoa, L Nunes Velosoa, EB Riscarollib, B Paulino dos Santosa, R Manhães Alves Rodriguesa, JJ Vilela Júniora, J de Freitas Tavaresa, V Ribeiro Gomes de Almeida Valviessea
a Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
b Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
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Vol. 47. Núm S3

HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo

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Introdução

O Mieloma Múltiplo (MM) é uma neoplasia da medula óssea que representa cerca de 1% dos tumores malignos, com dor óssea como sintoma principal. O diagnóstico envolve exames laboratoriais, de imagem e biópsia, e o tratamento visa prolongar a vida e melhorar a qualidade de vida. Estudar o perfil clínico e a sobrevida dos pacientes no Brasil é essencial para entender as particularidades locais e para orientar melhores estratégias clínicas e políticas de saúde.

Objetivos

Descrever o perfil clínico-epidemiológico e a sobrevida de pacientes com MM acompanhados em um hospital universitário no Rio de Janeiro, avaliando a frequência de lesões osteolíticas e de comprometimento renal ao diagnóstico.

Material e métodos

Estudo de coorte retrospectiva com análise de dados clínicos e laboratoriais obtidos de prontuários de pacientes com MM atendidos entre 2012 e 2022 no ambulatório de hematologia de um hospital universitário no Rio de Janeiro. Os dados foram organizados em planilhas no Microsoft Excel e analisados estatisticamente no RStudio. A sobrevida foi avaliada por curvas de Kaplan-Meier, com comparação entre grupos via teste log-rank, considerando p < 0,05.

Resultados

Foram incluídos 98 pacientes no estudo. A idade mediana ao diagnóstico foi de 65 anos, com predomínio feminino (53,1%). A maioria se autodeclarou parda (49%). Hipertensão arterial sistêmica foi a comorbidade mais frequente (63,3%). O tipo de proteína M mais comum foi IgG (58,1%), especialmente IgG kappa (45,9%). Ao diagnóstico, 70,4% apresentavam lesões osteolíticas e 20,4% tinham comprometimento renal. Quanto ao estadiamento pelo International Staging System (ISS), 38,8% estavam no estágio I, 25,5% no II e 35,7% no III. A quimioterapia foi realizada em 94,9% dos pacientes. Quanto à resposta ao tratamento, 35,2% obtiveram Resposta Completa (RC), 21,6% Resposta Parcial Muito Boa (RPMB), 18,9% Resposta Parcial (RP) e 24,3% apresentaram Doença Progressiva (DP). Dos 47 elegíveis ao transplante, 14 foram transplantados. A sobrevida não apresentou diferença significativa entre os estágios do ISS (p = 0,69). No entanto, houve diferença significativa na sobrevida conforme resposta à quimioterapia (p = 0,00013), com médias de 58,19 meses para RPMB; 36,81 meses para RC; 18,07 meses para RP e 18,39 meses para DP. Pacientes transplantados apresentaram sobrevida média de 57,64 meses, versus 24,19 meses para não transplantados (p = 0,001).

Discussão e conclusão

Neste estudo, a mediana de idade ao diagnóstico foi 65 anos, alinhada a dados nacionais, com leve predomínio do sexo feminino, diferente de achados internacionais. A maioria dos pacientes se autodeclarou parda, refletindo o perfil demográfico local. A hipertensão foi a comorbidade mais comum, e o subtipo IgG kappa, o mais frequente. Mais de um terço dos pacientes estava no estágio ISS III. Lesões ósseas e insuficiência renal foram frequentes no diagnóstico, indicando doença em estágio avançado em parte da amostra. Apesar da maioria apresentar RC ou RPMB à quimioterapia, poucos realizaram transplante de medula óssea. A baixa correlação do ISS com a sobrevida pode estar relacionada ao pequeno tamanho da amostra ou ao fato de um paciente com ISS III ter sido submetido ao transplante e ter apresentado sobrevida prolongada. Entretanto, houve associação estatisticamente significativa entre o grau de resposta à quimioterapia e a sobrevida, assim como entre a realização do transplante e a sobrevida.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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