
A evolução da automação laboratorial, se mostra cada vez mais vantajosa, evidenciando alta correlação entre avaliação microscópica e equipamentos automatizados, a partir de validações bem elaboradas e executadas, confirmando assim a sensibilidade, confiabilidade, além da agilidade obtida dentro da rotina de um laboratório de Hematologia. A utilização de parâmetros avançados do hemograma automatizado como os Granulócitos Imaturos (IG), nos permite direcionamento para análises específicas. Os IG são células encontradas na medula óssea e podem ser encontrados no sangue periférico devido a alguma alteração do organismo. São precursores neutrofílicos que são divididos de acordo com o grau de maturação oriundo dos mieloblastos. A contagem do IG automatizado mostra um aumento da atividade medular e pode ser utilizado com indicador precoce de infecções agudas, respostas inflamatórias e distúrbios mieloproliferativos, resultando em diagnóstico precoce e a devida intervenção médica. A organização do fluxo de trabalho deve ser implantada a partir de diretrizes bem estabelecidas e validadas, com determinação de valores de corte da automação para revisão de lâminas da população assistida em variabilidade dos achados, em função da interpretação morfológica entre os microscopistas.
ObjetivosMelhorar e padronizar os formatos para revisão de lâmina para o parâmetro de Granulócitos Imaturos (IG) através da determinação de um novo valor de corte, diminuindo o tempo de liberação e mantendo a qualidade dos resultados liberados principalmente no atendimento às diversas complexidades.
MétodosEste estudo contou com amostras de sangue, coletadas de 23 de março de 2024 a 01 de abril de 2024, enviadas para análise de rotina com o pedido de hemograma para o Laboratório de Hematologia do Hospital de Clínicas da UNICAMP (Campinas-SP). As amostras (n = 334) foram incluídas no estudo, após a obtenção dos resultados no equipamento XN 9000 da Sysmex, As amostras foram consideradas positivas quando apresentavam uma contagem de IG do equipamento superior a 1%. A concordância quantitativa nas contagens de granulócitos imaturos entre as duas abordagens foi avaliada utilizando a correlação de Pearson.
Resultados/DiscussãoDas 334 amostras analisadas, 37,42% (125) estavam entre 1% e 2%, 20,36% (68) entre 2,1% e 3% e 42,51% (142) acima de 3,1%, independente do número de leucócitos. Das 44 amostras falso positivas: 75% (33) estavam entre 1% e 2%, 25% (11) estavam entre 2,1% e 3%. A análise estatística demonstrou uma forte correlação de Pearson com r = 0,82 entre IG do equipamento e IG visualizado na microscopia. Das amostras positivas para microscopia geral, não obtivemos nenhuma apresentando resultado falso negativo para IG.
ConclusãoOs resultados encontrados, evidenciam uma forte concordância entre os resultados quantitativos de granulócitos imaturos obtidos entre automação e microscopia para o valor de corte > 1%, sendo possível aumentar esse valor para as revisões, sem que haja nenhum impacto negativo para tomada de decisão clínica, mas impactando positivamente na otimização do fluxo de trabalho e consequentemente reduzindo o tempo de liberação de resultados.