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Vol. 46. Núm. S4.
HEMO 2024
Páginas S167 (outubro 2024)
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HEMO 2024
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ANEMIA HEMOLÍTICA MICROANGIOPÁTICA TROMBÓTICA SECUNDÁRIA AO CÂNCER DE MAMA METASTÁTICO COM INFILTRAÇÃO DA MEDULA ÓSSEA: RELATO DE CASO
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JVS Rodriguesa, MHS Medeirosa, MV Dinizb, AP Silvab, GS Arcanjob, DRC Silvaa, JM Martinsa, JVGF Batistaa, THC Batistab, MAC Bezerrab,c
a Hospital das Clínicas, Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Recife, PE, Brasil
b Programa de Pós-Graduação em Genética e Biologia Molecular (PPGGBM), Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Recife, PE, Brasil
c Laboratório Central (Labcen), Centro de Biociências (CB), Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Recife, PE, Brasil
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HEMO 2024

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Introdução/Objetivos

A anemia hemolítica microangiopática trombocítica (AHMT) é uma condição caracterizada pela hemólise intravascular na microvasculatura resultante de lesões mecânicas quando as células sanguíneas atravessam capilares estreitados ou danificados, e pode ser desencadeada por neoplasias. Essa destruição causa a fragmentação dos eritrócitos gerando esquizócitos e hemácias em “capacete” no sangue periférico, redução da hemoglobina e hematócrito, aumento dos reticulócitos como resposta medular, elevação da lactato desidrogenase (LDH) e aumento da bilirrubina indireta (BI). Objetiva-se relatar o caso de um paciente com anemia hemolítica microangiopática trombótica secundária ao câncer de mama metastático com infiltração da medula óssea.

Material/Métodos

O paciente foi admitido no Hospital das Clínicas-UFPE e seus dados foram obtidos através do sistema AGHU (Aplicativo de Gestão para Hospitais Universitários). O hemograma e a contagem de reticulócitos foram realizados pelo analisador hematológico SYSMEX XN-1500™ e as análises bioquímicas pelo Vitros® 4600 Chemistry Analyser/Ortho Clinical Diagnostics.

Resultados

Paciente, sexo feminino, 51 anos, mastectomizada e em tratamento quimioterápico devido a um câncer de mama diagnosticado em 2015. Foi admitida sem evidência de doença oncológica em atividade, com quadro de anemia, astenia, inapetência e fezes escurecidas. Exames laboratoriais: Hb: 2,6 g/dL; Ht: 8,69%; VCM: 104 fL; HCM: 31pg; RDW: 36.7%; leucócitos: 7.420/mm3 com desvio à esquerda; plaquetas: 36.000/mm3; LDH: 1246 U/L; BT: 8,07 mg/dL; BD: 6,32 mg/dL; BI: 1,75 mg/dL; PCR: 87,1 mg; teste de Coombs negativo. Na análise do esfregaço sanguíneo foram vistos codócitos, hemácias em “capacete” e esquizócitos. No mielograma, a medula óssea apresentou-se hipocelular, com diseritropoese acentuada, presença de esquizócitos e macroplaquetas. A tomografia computadorizada por emissão de pósitrons (PET-CT) apresentou incontáveis lesões ósseas. A ultrassonografia com doppler venoso revelou trombose venosa profunda em veia solear. A paciente evoluiu a óbito.

Discussão

A AHMT associada a neoplasias malignas é um fenômeno raro e de alta letalidade caracterizada por anemia hemolítica e trombocitopenia. A fisiopatologia ainda não está completamente elucidada, porém uma hipótese dessa associação é que a mucina, secretada pelos tumores, ative a cascata de coagulação resultando em anemia, trombocitopenia, aumento da LDH e das frações da bilirrubina. Isso afeta o transporte de oxigênio e a função de coagulação do sangue. Destaca-se, ainda, que apesar dos achados clínicos-laboratoriais serem semelhantes, essa ocorrência é diferente de outras patologias associadas a manifestações hemolíticas, como a púrpura trombocitopênica trombótica (PTT). Por isso, os tratamentos aplicados na PTT não são eficazes para pacientes com AHMT. O diagnóstico diferencial inclui o teste de Coombs, a presença de esquizócitos no sangue periférico e teste da atividade da ADAMTS13.

Conclusão

Evidencia-se a necessidade do monitoramento de pacientes com histórico neoplásico, mesmo sem evidência da doença oncológica ativa, devido à possibilidade da ocorrência de metástases e sua relação com outras comorbidades. Por fim, é essencial realizar o diagnóstico diferencial da AHMT para um tratamento assertivo.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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